Webinar, promovido pela ABIC, teve o objetivo de conectar todos os elos da cadeia cafeeira do Brasil
De sabor inconfundível e aroma sem igual, o café do Brasil é referência, lidera a produção e a exportação mundial pela sua qualidade. Para marcar o Dia Nacional do Café e ampliar esse protagonismo, o Conselho Nacional do Café (CNC) debateu com as outras entidades que compõem a iniciativa privada do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), produção, indústrias e comércio, em um evento virtual, uma série de questões relacionadas à sustentabilidade da produção no país, e as estratégias de atuação do café nos mercados interno e externo. O evento reuniu lideranças que contribuem diretamente para a imagem do setor.
O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café, Celírio Inácio da Silva, destacou que o webinar, promovido pela ABIC, teve o objetivo de conectar todos os elos da cadeia cafeeira do Brasil. O líder falou da importância de compartilhar conhecimento e experiências para ampliar mercados e promover a sustentabilidade do grão à xícara. Entre as conquistas da ABIC, 50 produtos certificados e a adesão ao Pacto Global Rede Brasil, o que possibilita encorajar associados para as práticas sustentáveis, ir além do socioambiental e industrial.
O presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, elogiou a iniciativa e traçou uma linha do tempo entre os principais pontos da história da cafeicultura brasileira. Ele falou de dificuldades já enfrentadas nos últimos anos, como a extinção do Instituto Brasileiro do Café (IBC), mas citou também conquistas importantes do setor como a criação CDPC – em substituição ao IBC e, com forte atuação do CNC junto ao Conselho – e do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), linha de crédito que vem dando suporte para que o setor produtivo continue avançando cada vez mais. O presidente destacou ainda a importância da atuação em sintonia das entidades e do setor como um todo para vencer desafios e agregar valor à cadeia Café.
“Se somarmos o café que consumimos em casa e no mercado nosso consumo é muito forte, graças aos projetos desenvolvidos ao longo dos anos. O café é uma cultura abençoada. Parabenizo a ABIC pela iniciativa de juntar os elos do café”, complementou.
Conexão do grão à xícara
Para Aguinaldo José de Lima, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS) a sustentabilidade deve ser trabalhada no conjunto, em cadeia, para facilitar o uso da tecnologia pelo setor. “O solúvel entra neste contexto porque é um setor líder em produção e exportação desde que chegou ao mercado, temos a responsabilidade, além da sustentabilidade, de responder às expectativas dos clientes”, comentou.
Já Marcos Matos, CEO do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), ressaltou a importância de se apresentar dados relacionados à qualidade também ao mercado externo. “O Brasil continua sendo a origem produtora que entrega na hora certa e com a qualidade que é exigida pelo mercado. É o setor exportador que precisa comprovar a eficiência da produção brasileira e essa eficiência engloba a cadeia como um todo”, acrescentou. Ele mencionou também os resultados do Projeto Carbono, que comprovaram que a cafeicultura brasileira, no maior país produtor, é carbono negativo, mas que precisa seguir avançando em termos de práticas sustentáveis.
O coordenador de Produção Agrícola da CNA, Maciel Silva, destacou como os produtores rurais já utilizam as mais diversas tecnologias para produzir com sustentabilidade. “Os avanços da cafeicultura são resultados de tecnologia, do uso da ciência, da pesquisa e da transferência de conhecimento aos produtores”. Segundo Maciel, os produtores também promovem a sustentabilidade com o uso eficiente de insumos e dos recursos naturais. “Não há dúvidas de que a cafeicultura brasileira é a mais sustentável do mundo”, afirmou.
Qualidade: café na vanguarda
Quanto à questão da qualidade do café, Henrique Cambraia, presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também traçou uma linha do tempo lembrando que desde o início da Associação, em 1991, a sustentabilidade andou de mãos dadas com a qualidade do café de produtores que buscavam trazer mais valor agregado para o aumento de lucratividade.
“A qualidade está diretamente ligada à sustentabilidade. Motiva e promove o orgulho do produtor, do torrador e do consumidor. Traz uma conexão muito forte da cadeia. De 2000 para cá passou a ser sinérgica junto aos cafés especiais com código de conduta e certificações, o que contribuiu para elevar a régua, o nível da qualidade de produção”, comentou. Ele destacou ainda que os trabalhos em prol da rastreabilidade têm ajudado a colocar a cafeicultura brasileira em outro patamar.
Projeto Produtor de Água em destaque
O webinar contou ainda com a presença de Silvio Farnese, diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do MAPA. Farnese destacou que o café tem de fato realizado um trabalho muito elaborado entre todos os elos da cadeia. Hoje o café brasileiro é visto internacionalmente como um case de sucesso.
“Nós temos muito para mostrar. O café tem um trabalho em elaboração, de iniciativa do CNC, que é o Café Produtor de Água. Uma ação ambiental inovadora para a cafeicultura e que vai remunerar o produtor que já é um defensor do meio ambiente”, destacou. Importante lembrar que o CNC foi um dos primeiros a falar sobre o assunto. Farnese citou ainda o Projeto Carbono, outra iniciativa que o CNC faz parte.
Além disso, mencionou a infraestrutura que só é possível graças aos recursos do Funcafé. “O fundo funciona como um mecanismo de apoio às questões do ambiental, da sustentabilidade e do social. Hoje são R$ 6 bilhões disponíveis junto aos agentes financeiros para a safra 2022/2023, sendo 81% desse montante já aplicado. Em suma, hoje o Brasil do café tem uma estrutura muito bem orquestrada e precisamos vender essa imagem agro ambientalista para o mundo”, ressaltou.
Razões de sobra para celebrar
O café é muito mais que uma bebida. Ele carrega história e une pessoas, sendo a segunda bebida mais consumida no mundo, perdendo apenas para a água. O Brasil pode e deve se orgulhar de ser conhecido como a Nação do Café!
Hoje a cadeia cafeeira gera 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos, estando presente em 1.983 municípios, nos 16 estados produtores. São 330 mil produtores de café no Brasil, sendo 78% pequenos produtores rurais.
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