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Desafios na produção de café são debatidos entre líderes mundiais do setor na Colômbia, com presença do CNC

Os líderes globais do café seguem reunidos durante toda essa semana na Colômbia, momento em que estão discutindo os desafios atuais para a produção cafeeira mundial. O Fórum Mundial dos Produtores tem trazido a realidade dos países que, em certa medida, estão enfrentando problemas similares. A começar pelas mudanças climáticas.

Uma das maiores lideranças da indústria cafeeira, Andrea Illy, presidente da illycaffè, está participando do Fórum. Ele destacou o alto investimento da cafeicultura em pesquisas e avanços tecnológicos. “É necessário dar atenção à agricultura regenerativa, com enriquecimento da microbiota do solo e produção de cultivares mais resilientes. É visível o aumento da temperatura e, na próxima década, haverá um impacto cada vez mais grave para a produção cafeeira”.

Para Illy, a organização do setor será fundamental, pois há recursos disponíveis no mundo para minimizar os impactos. “Devemos criar mais resiliência e, para isso, se necessita de investimento. Há quantidades enormes de recursos para isso, empresas e governos estão em busca de enquadrar suas realidades aos ‘Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)’. O problema não é conseguir o recurso, o problema está no direcionamento dele. Para isso é importante mostrar ao mundo que 1ha de solo, sequestra 100kg de CO2 por ano e a cafeicultura contribuiu para essa conversão do carbono. A Organização Internacional do Café (OIC) deve ser essa ponte entre os detentores de recursos e os produtores”, destacou o empresário. 

Juan Esteban, presidente do Fórum Mundial de Produtores de Café (WCPF), organizador do evento, fez questão de ressaltar o quanto o café é uma ferramenta de prosperidade. “No Fórum sempre falamos da renda de subsistência, mas queremos ir além. Para isso, toda a cadeia tem que trabalhar junto e saber que o cafeicultor poderá prosperar, sem perder de vista os cuidados com o meio ambiente. Na Colômbia, por exemplo, as chuvas têm ameaçado as plantações. Precisamos sentar e alinhar propostas de políticas públicas e ações privadas para combatermos a pobreza, isso é muito importante. O cuidado deve ser em primeiro lugar com os produtores, para que tenham capacidade de cumprir com todas as exigências ambientais. As medidas não podem ser benéficas para um lado e trazer impactos negativos a outra lado, no caso, os cafeicultores”, defendeu.

Enselme Gouthon, presidente da Agence de Cafés d’Afrique et de Madagascar, foi um dos palestrantes do Fórum. Doutor em Economia pela Escola Superior de Economia e Gestão da Universidade de Bremen, outubro de 1976, (República Federal da Alemanha), Enselme Gouthon tem mais de 35 anos de experiência profissional na administração de empresas agroindustriais e financeiras.

Segundo ele, é momento oportuno  para o mundo refletir sobre as mudanças climáticas, mas tendo o produtor no centro da discussão. “Toda vez o produtor sai fragilizado e temos a capacidade de reverter a situação. Há uma necessidade premente de fomentar o consumo de cafés de qualidade. Assim, estudar como podemos cativar jovens agricultores que estejam dispostos a produzir de maneira sustentável. Temos vários parceiros buscando soluções dinâmicas, para isso a construção de parcerias são fundamentais para que a gente consiga elevar o consumo e explicar/capacitar todas etapas do café, da produção ao consumo”, analisou.  

Gouthon fez ainda um pedido para Vanusia Nogueira, Diretora Executiva da OIC, que segundo ele “pode nos ajudar a esclarecer isso para os países consumidores”, finalizou. Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café, está representando o Brasil no Fórum Mundial, acompanhado do Embaixador brasileiro em Londres, Marco Farani. Silas aproveitou o momento para defender os cafeicultores do Brasil. “Nossos cafeicultores brasileiros estão empenhados em produzir com sustentabilidade. Há vários projetos sendo desenvolvidos no país, a exemplo do Café Carbono Neutro/Negativo e o Programa Café Produtor de Água. No entanto, a responsabilidade precisa ser compartilhada, já que os custos estão ficando incorporados apenas na produção. Estamos aqui para mostrar isso ao mundo”, explicou o presidente do CNC.      

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