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Café Produtor de Água: Brasil promove cuidados ambientais na produção cafeeira

22 de março é marcado pela comemoração do Dia Mundial da Água. Porém, a data serve para refletirmos que a água está cada vez mais em risco no mundo por conta do desenvolvimento excessivo e do consumo “abusivo” e as crises de escassez devem se tornar mais comuns nos próximos anos, conforme aponta um relatório divulgado pelas Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a Conferência da Água de 2023, que aconteceu essa semana em Nova York, a ONU disse que pretende alcançar compromissos mundiais para mudar o paradigma de gestão.

A entidade alerta para o “risco iminente” de uma crise global de escassez, devido ao consumo excessivo e às mudanças climáticas. “Estamos caminhando cegamente em uma estrada perigosa com o insustentável uso da água, a poluição e o aquecimento climático e que estão drenando o sangue vital da humanidade”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

O Relatório Mundial de Desenvolvimento da Água, que destaca as formas que os atores têm para superar juntos os desafios comuns, alerta para o “caminho perigoso” que as populações estão seguindo, “de excesso de consumo e desenvolvimento vampírico”. Em nível global, cerca de 2 bilhões de pessoas não têm água potável de qualidade e 3,6 bilhões não têm acesso a saneamento, afirma o documento.

A ONU conclui, no documento, que a população urbana global já enfrenta escassez de água, o que irá duplicar, segundo as estimativas. Além disso, cada vez mais frequente, a “incidência de secas extremas e prolongadas” também afeta os ecossistemas. Por isso, é urgente “estabelecer mecanismos internacionais fortes para evitar que a crise global da água saia de controle”, destaca no relatório a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “A água é o nosso futuro comum e é essencial agir para partilhar equitativamente e gerir de forma sustentável”, acrescenta.

“A escassez de água está se tornando endêmica”, acrescenta o relatório pontuando que, nos últimos 40 anos, o consumo global aumentou em cerca de 1,1% por ano. E esse ritmo intenso deve seguir, ao menos, até o fim de 2050.

O Conselho Nacional do Café (CNC), com uma visão voltada para a proteção dos mananciais e matas ciliares, lançou em 2021, o Programa Café Produtor de Água, em convênio com as associações e cooperativas vinculadas à entidade, além dos parceiros: Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB – Sescoop), Ministério da Agricultura e Pecuária, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG), Prefeitura de Alpinópolis/MG e Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé).

O projeto está em execução e conta com o estímulo de um prêmio por serviços ambientais, que será oferecido aos participantes do programa que atingirem as metas propostas no Projeto Individual da Propriedade (PIP). “A divulgação de projetos como o Cerrado das Águas e o Café Produtor de Água colocarão a produção de café do Brasil na vanguarda mundial, apresentando ao mundo o cuidado que a cafeicultura tem com o meio ambiente”, afirma Silas Brasileiro, presidente do CNC.

Com informações do portal Terra
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