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Café: na Alemanha falamos no mercado consumidor para o mundo consumidor

Por Silas Brasileiro – Presidente do Conselho Nacional do Café

A representação do Brasil na Alemanha durante o “Diálogo sobre sustentabilidade no café” proporcionou uma defesa inédita da cafeicultura brasileira. Pela primeira vez pudemos falar abertamente ao mundo sobre as questões sustentáveis do café nacional, estando no centro da comunidade europeia.

Por muitos anos ficamos falando de nós para nós. Internamente, é difícil alguém acreditar que um produtor de café não saiba da importância de se produzir com sustentabilidade. Quase impossível crer que os cafeicultores não conheçam os programas de boas práticas agrícolas adotados em diversas regiões, nas suas inúmeras facetas.

No entanto, quando falamos de mercado consumidor, tanto o público brasileiro quanto o estrangeiro, têm muito o que saber sobre o nosso café. O Conselho Nacional do Café (CNC) teve seu lugar de fala e se posicionou firmemente contra as narrativas de que a cafeicultura brasileira não preserva o meio ambiente, não se preocupa com os trabalhadores rurais e não fomenta a renda próspera.

Existem muitas exigências sendo implantadas pelo mercado europeu, principalmente. Nos próximos meses a nova legislação do Parlamento Europeu irá onerar os produtores. Por isso, o CNC – que estava representado por Natalia Carr (assessora técnica) acompanhada por Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CECAFÉ), por Eduardo Sampaio (Adido Agrícola) e por Eduardo Friguetto (conselheiro na embaixada brasileira) – decidiu participar dessa discussão de uma maneira mais ativa.

Destacamos ainda o importante apoio do embaixador José Augusto Silveira de Andrade Filho (Representante Permanente do Brasil para Organizações Internacionais em Londres), de Heitor Granafei (Rebraslon) e do embaixador do Brasil na Alemanha, Roberto Jaguaribe Gomes de Mattos.

A representação brasileira apresentou a forma como o café do Brasil é produzido, ou seja, da maneira mais sustentável do mundo. Estamos muito à frente dos demais países produtores. As entidades aproveitaram a oportunidade para demonstrar como estão sendo desenvolvidos os projetos e programas como “Carbono Neutro”, “Cafeicultura Regenerativa”, “Café Produtor de Água”, dentre outros.

Segundo os relatos da comitiva brasileira, os presentes no evento alemão se mostraram surpresos com o nível avançado com o qual produzimos aqui. Apresentamos os vultuosos recursos investidos em pesquisa e tecnologia para o aumento da produtividade e a redução da área plantada.

O mundo tem dificuldade de entender, mas como representantes das cooperativas de produção – que são responsáveis por 80% do café brasileiro – mostramos que o principal trunfo do nosso país é o conhecimento, enquanto os demais países estão mais preocupados em investir em políticas de manutenção de preços. Entretanto, é mais importante produzir maior volume com custos menores. Essa é a nossa visão.

Em Berlim, fizemos questão de debater a importância da renda próspera para a manutenção do produtor na sua atividade, sendo o Brasil, o único país do mundo que repassa ao produtor cerca de 85% do preço pago pelo café.

Especificamente sobre o desmatamento foi possível comprovar que o aumento de produtividade não se deu em razão do cultivo de novas áreas. Essa era uma das visões equivocadas do mercado europeu. A tecnologia nacional é avançada, sendo possível a comprovação através do CAR (Cadastro Ambiental Rural), por exemplo, que a cafeicultura não promove o arranquio de uma árvore sequer para se plantar café. Avançamos muito os índices de produtividade, principalmente após investimento de mais de R$ 400 milhões em pesquisa.

Cabe ressaltar que estiveram presentes na reunião de Berlim, as maiores representações dos compradores de café do mundo todo. A participação da GIZ (Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável) como organizadora do evento foi um grande diferencial, pois a entidade conseguiu o engajamento e a presença de empresas como a Nestlé, Mellita, Lavazza, Tchibo, NKG, Ecom, entre outras.

Essas empresas não tinham a menor noção do quão avançado é o sistema de rastreabilidade da produção brasileira, como esse café é produzido, área por área, nos 16 estados produtores, nos 1983 municípios que produzem café em seis biomas diferentes.

Esse foi um momento áureo para o café do Brasil. Reiteramos, que essa reunião se revestiu da mais alta importância. Nos dias 04 e 05 falamos diretamente entre eles e para eles. O que aconteceu foi que eles ouviram efetivamente o que tínhamos a dizer sobre nosso café.

Acreditamos que a partir de agora o mercado consumidor terá mais profundidade para analisar e ver que não é aquilo que estavam acreditando, colocando em dúvida a forma como produzimos no Brasil, pois já trabalhamos dentro dos princípios da sustentabilidade ao longo dos anos.

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