Notícias – Café na Mídia
CAFÉ ARÁBICA
A alta foi reflexo do avanço dos futuros da variedade e da demanda firme, especialmente para cafés de melhor qualidade. Isso porque grande parte dos cafés finos de 2020/21 já foi comprometida nas negociações fechadas em meses anteriores, o que tem limitado a oferta no spot. Além disso, agentes reportam que parte dos produtores tem voltado ao mercado para adquirir grãos no mesmo padrão dos contratos assumidos.
No front externo, a média de todos os contratos negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures) foi de 106 centavos de dólar por libra-peso em julho, alta acentuada de 7,4% frente ao mês anterior. Apesar do avanço da colheita da safra 2020/21 no Brasil, os preços externos foram sustentados por fatores técnicos, pela valorização do Real frente ao dólar em parte do mês e por preocupações com os impactos da restrição de mão de obra na América Central (devido à pandemia) na produção de cafés de alta qualidade. O clima mais seco nas regiões produtoras brasileiras também está no radar de agentes, uma vez que poderia impactar a safra de 2021/22. Quanto ao dólar, teve média de R$ 5,279, valorização de 1,5% frente a junho.
Colheita – O clima mais seco de julho tem auxiliado no andamento da colheita em todo o Brasil. A disponibilidade de mão de obra começou a melhorar em julho, visto que muitos pequenos produtores finalizaram as atividades. Regionalmente, o noroeste do Paraná e Garça (SP) são as praças mais adiantadas, com cerca de 65 a 75% colhido em cada, segundo agentes consultados pelo Cepea. No sul de Minas, maior região produtora, os trabalhos estão entre 65 e 70%. No Cerrado Mineiro e na Zona da Mata (MG), a colheita estava entre 60 a 70% até o encerramento de julho. Quanto à Mogiana (SP), as atividades atingiam de 60 a 65% do total.
Em relação à qualidade, a maior parte das regiões têm registrado boas bebida, peneira e catação dos grãos. Entretanto, na Zona da Mata (MG), colaboradores relatam volume maior de cafés mais fracos devido ao elevado percentual de grãos no chão, que foram atingidos pelas chuvas entre junho e o começo de julho. Na região de Garça (SP), a qualidade também deve cair nas próximas semanas, visto que uma parcela expressiva das lavouras já está na fase de recolhimento dos grãos do chão.
CAFÉ ROBUSTA
Os preços domésticos do café robusta também se recuperaram em julho. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima foi de R$ 353,65/sc de 60 kg, alta de 4,3% frente a junho. O tipo 7/8 bica corrida teve média de R$ 342,45/sc, 4,6% superior no mesmo comparativo. Em relação a julho/19, as médias subiram 15,7% para o tipo 6 e 16% para o 7/8, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de jun/20).
Os valores foram impulsionados pelos avanços externos e pela retração vendedora no Brasil – volumes significativos de negócios ocorreram apenas nos dias de maior elevação dos preços. Na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), os futuros do robusta atingiram os maiores níveis em mais de sete meses, com o contrato Setembro/20 fechando a US$ 1.344/tonelada no dia 31, forte avanço de 13,2% na comparação com o último dia útil de junho.
A alta externa esteve atrelada a fatores técnicos e a preocupações quanto aos impactos de uma nova onda de casos de coronavírus no Vietnã, maior produtor da variedade. Com novos picos no país, medidas restritivas mais rigorosas foram tomadas pelo governo, preocupando agentes quanto a uma possível interrupção na oferta. Apesar disso, vale apontar que a oferta no Vietnã já tende a ser menor, devido ao período de entressafra. Um maior volume de café vietnamita deve chegar ao mercado apenas com o andamento da colheita da 2020/21 no país, que se inicia em outubro.
Campo – A colheita do café robusta da safra 2020/21 foi finalizada em julho no Brasil. Enquanto em Rondônia os trabalhos terminaram no começo do mês, no Espírito Santo, foram encerrados na segunda quinzena. Com o clima mais úmido em julho, as primeiras floradas da safra 2021/22 foram registradas em lavouras do Espírito Santo. No entanto, ainda são de menor dimensão, concentradas nas lavouras mais antigas do estado, que iniciaram a colheita entre o final de abril e o início de maio. Em Rondônia, as flores também abriram, mas apenas em algumas lavouras, após chuvas pontuais registradas em julho. Agentes, no entanto, apontam que alguns produtores têm induzido as floradas por meio de irrigação em certas regiões.