Notícias – Café na Mídia
As exportações brasileiras de café robusta são crescentes, e essa tendência deverá continuar. Em abril, o Brasil exportou 313 mil sacas, e os dados preliminares de maio apontam para um volume ainda maior.
A informação é de Fernando Maximiliano, analista da consultoria INTL FCstone. Há três anos, as vendas externas se restringiam a apenas 27 mil sacas em abril.
Para o analista, esse avanço do café robusta do país no mercado externo se deve a uma oferta maior de produto e a preços nacionais mais competitivos.
As reduzidas exportações de até 2018 ocorriam devido à baixa produção interna, provocada por seca no Espírito Santo e no sul da Bahia.
Naquele período, o mercado interno chegou a pagar ágio de US$ 780 por tonelada de café robusta para manter o produto no mercado interno.
O cenário para o café robusta, porém, ainda tem algumas incertezas, segundo Maximiliano. Oferta e demanda, tanto no mercado interno como no externo, vão dar o rumo para a bebida.
Dentro do Brasil, a curto e médio prazos, a expectativa de oferta é grande. A INTL prevê uma safra de 18 milhões de sacas de café robusta para este ano, enquanto o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) espera 20 milhões.
Do lado da demanda interna, os dados ainda são difíceis de serem analisados. É quase certo que a queda de consumo fora de casa não será compensada pela maior demanda dentro do lar, segundo o analista.
Além disso, devido ao câmbio e à melhor oferta interna, os preços do mercado nacional estão mais atrativos para os importadores. É um sinal favorável para as exportações.
Do lado externo, é possível que a recessão mundial provoque um movimento dos consumidores para cafés mais baratos, os que têm uma participação maior de café robusta no seu blend. Esse é um sinal positivo para os preços do robusta.
Mas o consumo no lar também poderá não compensar o que está sendo deixado de ser consumido fora de casa.
Um outro fator de incertezas para o mercado externo é a oferta mundial, em princípio estimada em volumes maiores. Brasil e Indonésia começam a colocar o café robusta no mercado nas próximas semanas, e a safra do Vietnã chegará a partir de novembro.
A Indonésia já registra atraso na colheita, devido a chuvas, assim como o Vietnã também poderá ter problemas mais à frente.
O mercado poderá conviver com ampla oferta e incertezas na demanda. Se isso ocorrer, os preços devem cair em Londres, segundo Maximiliano.