Na última semana, o Conselho Nacional do Café (CNC) recebeu a visita de uma comitiva representando o estado de Rondônia. O objetivo principal foi apresentar ao CNC os avanços e peculiaridades da cafeicultura local, com destaque para os “robustas amazônicos”, uma variedade que vem ganhando reconhecimento em todo o mundo.
Estiveram na entidade, Juan Travain e Poliana Perrut, presidente e vice-presidente da Caferon (Cafeicultores Associados da Região das Matas de Rondônia), respectivamente, Enrique Alves, da Embrapa Rondônia, Carlos Ronquim da Embrapa Territorial e Aguinaldo José de Lima, consultor. O CNC esteve representado por Silas Brasileiro, presidente do Conselho e por Márcia Elisa Chiarello, secretária executiva.
Juan Travain ressaltou a importância dos avanços dos cafeicultores associados da região Matas de Rondônia, demonstrando o compromisso das instituições com o desenvolvimento sustentável da cafeicultura no estado. Para ele, a aproximação com o CNC é importante, pois trata-se da principal representação da produção de café do Brasil.
Sobre o café de Rondônia
As Matas de Rondônia são responsáveis por mais da metade da produção de café do estado. A produção regional está crescendo e buscando ampliar mercado para o seu produto, um café diferenciado. A região é o berço do “robusta amazônico”, primeira variedade a receber selo de Indicação Geográfica de cafés canéforas sustentáveis no mundo. A bebida gerada pelo grão amazônico vem ganhando destaque em feiras e concursos nacionais e internacionais como uma das mais exóticas e interessantes do ponto de vista sensorial.
Sustentabilidade
Estudo inédito realizado pela Embrapa comprova a sustentabilidade da cafeicultura das Matas de Rondônia. Por meio do uso da geotecnologia e com o apoio de imagens de satélite, o trabalho registrou desmatamento zero em sete dos 15 municípios da região, entre os anos de 2020 e de 2023. Em toda a região, foram encontrados traços de retiradas de áreas florestais em menos de 1% da área total ocupada pela cafeicultura. O trabalho também demonstra que mais da metade dos territórios dos 15 municípios somados é coberta por florestas, o que totaliza 2,2 milhões de hectares com vegetação nativa.
A apresentação dos resultados desse trabalho e degustações do café das Matas de Rondônia fez parte das comemorações do 51º aniversário da Embrapa no dia 25 de abril, em evento que contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Outro dado importante, dos 37 mil imóveis rurais da região das Matas de Rondônia, declarados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), menos de 9 mil se dedicam à cafeicultura, e, destes, 95% são pequenas propriedades familiares, com 3,5 ha cultivados com café, em média.
Silas Brasileiro fez questão de ressaltar que o avanço da cafeicultura em Rondônia está acontecendo de forma sustentável, em áreas antropizadas. O estado é líder nacional em produtividade de canéfora e arábica na relação sacas por hectare.
“Isso demonstra ainda que essas áreas, hoje com a presença da cultura do café, são terras antropizadas nas quais cultivava-se produtos para subsistência, como mandioca e milho. Os produtores viram ser mais rentável produzir café pela condição climática favorável e, hoje, a cafeicultura no estado proporcionou recursos muito superiores para que as famílias buscassem seus suprimentos no mercado. A cadeia cafeeira na região contribui com uma melhoria substancial na renda e garante uma melhor qualidade de vida, muito acima àquela em que estavam vivendo antes do cultivo do café”, explicou o presidente do CNC.
Parque cafeeiro
Está em andamento também o mapeamento do uso e ocupação da cafeicultura rondoniense que integra as atividades do projeto CarbCafé Rondônia, liderado pela Embrapa Territorial, em parceria com a Embrapa Rondônia, a Caferon e o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil, divisão de Rondônia (Sicoob-RO). A pesquisa também se propõe a levantar o carbono estocado no solo e nas plantações de café e a elaborar um inventário de carbono do cultivo do grão na região em um segundo momento.
Outra iniciativa impressionante foi o trabalho de balanço de carbono realizado pela Embrapa Café, que promete ser transformado em protocolo, possibilitando a geração de créditos de carbono e contribuindo para a sustentabilidade da cafeicultura na região.
Aguinaldo Lima, um dos líderes da cafeicultura nacional e um dos responsáveis pelo avanço do café na Região do Cerrado Mineiro, agora atua como consultor da cafeicultura rondoniense. Ele afirma que a organização da Caferon, com o apoio da Embrapa Café e da Embrapa Territorial, além dos investimentos do Sicoob, fará do café de Rondônia um dos mais sustentáveis do Brasil. “Esta grande iniciativa do Carbono será transformada em protocolo, gerando créditos para os produtores. Além do mais, os cafeicultores entenderam que deveriam começar de forma organizada e foi o que aconteceu. Aproveitamos a visita ao CNC para convidar o presidente Silas Brasileiro, que é uma grande referência do café no país, para conhecer para conhecer o sistema da produção no estado, para ele ter ideia de como é produzido e colhido. Será um prazer recebe-lo”, convidou.
Silas Brasileiro destacou a atuação de Aguinaldo no processo de crescimento do café de Rondônia. “O Aguinaldo faz as coisas acontecerem. Sem dúvidas, a cafeicultura rondoniense irá prosperar, pois está realizando um trabalho com a pessoa certa. Um excelente líder e conhecedor do caminho do sucesso”, elogiou.
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