As exportações brasileiras de produtos do agronegócio seguem firmes em 2024, impulsionadas pela alta demanda externa, mas enfrentando desafios com a queda nos preços internacionais. De acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, baseados nas informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o faturamento total em dólar com os embarques de produtos agropecuários registrou leve recuo no primeiro semestre, apesar do crescimento no volume exportado.
Entre os principais produtos exportados, o café se destaca com um aumento significativo de 52% no volume embarcado nos primeiros seis meses de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. Esse avanço, que contrasta com a queda de 5% nos preços médios em dólar, evidencia o vigor das exportações brasileiras de café, mesmo diante das adversidades globais. O produto ajudou a amenizar o impacto da redução nos preços gerais, que tem sido uma constante para os itens exportados do agronegócio brasileiro.
Para o presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, um conjunto de ações coordenadas têm feito a diferença. “O setor cafeeiro tem trabalhado para manter essa competitividade, investindo em práticas sustentáveis e promovendo o café brasileiro nos principais mercados consumidores através de ações da APEX, por exemplo. Continuaremos buscando estratégias que protejam o setor, promovendo a valorização de nossa produção e garantindo melhores condições para os cafeicultores. A confiança na qualidade e no valor do nosso café permanece alta, e estamos otimistas quanto ao desempenho no segundo semestre de 2024.”
O faturamento total das exportações do agronegócio brasileiro no período de janeiro a junho somou US$ 82 bilhões, com um aumento geral de 4,5% no volume escoado. Além do café (52%), outros produtos que registraram alta expressiva foram o algodão (+228%), açúcar (+49%) e carne bovina in natura (+29%). No entanto, a queda nos preços, somada à redução da produção brasileira de soja, deve limitar o crescimento geral das exportações e tornar mais difícil superar o recorde de faturamento alcançado em 2023.
Segundo a Secex, a exportação de café acumulada nos oito meses de 2024 alcança 30,413 milhões de sacas, aumento de 43,07% em comparação com igual período de 2023 (21,257 milhões de sacas). Em termos de receita, houve crescimento de 44,97%: US$ 7,176 bilhões em 2024 ante US$ 4,950 bilhões em 2023.
Expectativas para o 2º Semestre de 2024
As exportações de café devem continuar a desempenhar um papel importante no cenário do agronegócio brasileiro no segundo semestre de 2024. A expectativa é que o volume exportado permaneça elevado, com possíveis novos ganhos em mercados emergentes. A combinação entre a forte demanda por café e a busca por novos mercados será fundamental para o agronegócio, que busca sustentar seu crescimento e superar as incertezas de 2024.
Cumpre citar que a safra produzida neste ano, que terminou há pouco de ser colhida, começa a ser enviada ao exterior, apesar das incertezas quanto do regulamento europeu (EUDR). No entanto, o Brasil está seguro de que o café nacional produz dentre dos requisitos necessários para atender as exigências.
Com informações da Secex
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