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Mercado de café continua em queda e se compara aos níveis de 2021

Os contratos futuros de café arábica voltaram a registrar queda, nessa quinta-feira (03), na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O vencimento maio/22, o mais negociado, caiu 2,75% ontem (630 pontos) e pode tecnicamente testar níveis mais baixos, como 220 cents e 212 cents. No entanto, especialistas veem a atual queda como uma oportunidade de compra, tendo em vista os fatores que vem pressionando o mercado como atuação especulativa, fundos de investimento comprados e a invasão da Ucrânia pela Rússia.

O vencimento março/22, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 2,2415 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal negativa de 1.590 pontos. Na ICE Europe, o vencimento março/22 do café teve queda de US$ 131,00, fechando a sessão dessa quinta-feira (03) a US$ 2.162,00 por tonelada.

Com relação a exportação do café do Brasil, o conflito armado entre Rússia e Ucrânia pode estar pesando contra as cotações do grão. Segundo relatório do banco alemão Commerzbank, o Brasil está exigindo, com efeito imediato, 100% de adiantamento para embarques de café para a Rússia, em meio à considerável incerteza gerada pelas sanções e pela exclusão dos bancos russos do sistema internacional de pagamentos SWIFT. O Brasil exportou 1,2 milhão de sacas de café para a Rússia no ano passado, tornando o país do leste europeu o sexto maior importador da commodity do mundo. Apesar disso, os fundamentos continuam sustentando as cotações do café. No entanto, a produção deste ano ainda é uma incógnita, devido à seca e a geada do ano passado.

A queda do dólar em relação ao real também favorece as commodities cotadas na divisa norte-americana. Na quinta-feira (03), o dólar caiu mais 1,55%, fechando a sessão cotado a R$ 5,028, voltando aos níveis anteriores ao início da guerra na Ucrânia.

No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informaram que as cotações domésticas do café arábica e do robusta continuam em queda e os mercados de ambas as variedades estão travados, por causa da forte desvalorização dos produtos. Segundo os pesquisadores, a baixa das cotações do café arábica refletiu o recuo dos futuros da variedade. A desvalorização do dólar também pressionou o mercado. Os futuros do robusta vêm acompanhando as quedas do arábica, pressionando os valores domésticos. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.330,63 por saca e R$ 773,10 por saca, respectivamente, com variações semanais de -7,24% e -3,94%.

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