Entre os dias 8 e 13 de setembro, o Brasil marcou presença no 138º Conselho Internacional do Café (ICC), realizado em Londres pela Organização Internacional do Café (OIC). O evento reuniu líderes globais da cafeicultura para discutir os desafios e oportunidades do setor, com foco no desenvolvimento econômico e sustentável da produção de café ao redor do mundo.
A comitiva brasileira, composta por representantes de instituições chave do setor cafeeiro, participou ativamente das sessões e discussões do evento. Entre os participantes estavam o Embaixador José Augusto Silveira de Andrade, representando a Rebraslon (Representação Permanente do Brasil junto aos Organismos Internacionais em Londres), junto com o conselheiro, Antônio Carlos de Souza Leão e o adido agrícola, Márcio Rezende Evaristo Carlos, além de Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC); Otavio Maia, presidente da Emater/MG, Marcos Mattos, diretor geral do Cecafé, Natalia Carr, gerente de ESG da Cooxupé, Carlos Brando, diretor da P&A Marketing e Márcia Chiarello secretária executiva do CNC.
No primeiro dia, a comitiva brasileira reuniu-se com o embaixador José Augusto Silveira de Andrade, na sede da Rebraslon, para alinhamento da condução dos trabalhos durante a semana e convidou a diretora executiva da OIC, Vanusia Nogueira, que esteve presente. A pedido do Conselho Nacional do Café, o Brasil recebeu amplo espaço para se posicionar quanto aos programas de sustentabilidade (apresentado pela Cooxupé) e a EUDR (explanado pelo Cecafé). Assim, Natalia Carr realizou uma palestra sobre o avanço da cafeicultura no Brasil. Ela destacou como o cooperativismo tem sido essencial para garantir o acesso à tecnologia e a redistribuição de renda, promovendo uma cadeia produtiva mais forte e sustentável para o café brasileiro. A gerente ESG da Cooxupé também apresentou o Programa Café Produtor de Água, implantado pelo CNC na Cooxupé, na Minasul, na monteCCer e em vias de iniciar o projeto no Espírito Santo.
O Cecafé foi representado por Marcos Mattos que explicou ao público presente, representantes de 75 países (exportadores e importadores), a existência de falsos positivos (alertas de desmatamento não reais), destacando que a “divergência deve ser tratada e debatida entre governos e academia, tirando o peso da incerteza e dos riscos do ombro do setor privado”.
Aconteceu ainda, o Fórum Global de CEOs, na quarta-feira, onde discutiu-se a criação de um fundo de investimento para apoiar a produção cafeeira em países africanos. A comitiva brasileira, realizando um trabalho paralelo, manifestou que o fundo deve atender todos os países produtores, visto que todos têm a mesma dificuldades, com bolsões de pobreza. Assim, a defesa da delegação brasileira é de que nenhum país seja excluído, incluindo o Brasil.
“Outro ponto muito discutido durante todos os dias de evento é que: sem preço, não tem como o produtor ser beneficiado porque não se tem recurso para ser transferido. Cabe destacar que a transferência entre exportador, governo ou intermediário para o produtor, no caso do Brasil, varia entre 85% e 93%, sendo colocado de maneira muita clara, que trata-se de um gargalo a ser resolvido porque o recurso não chega na base principal que é o produtor de café”, explicou Silas Brasileiro.
Em nome do CNC, Silas Brasileiro destacou a importância da união e do trabalho conjunto da comitiva brasileira: “É com grande orgulho que parabenizo todos os membros da nossa delegação. A colaboração entre o setor público e privado é essencial para que o Brasil continue sendo líder global na cafeicultura, sempre com foco na sustentabilidade, na qualidade do nosso café e no bem-estar dos nossos produtores. A presença de cada um aqui fortalece nossa voz nas discussões globais.”
O presidente do CNC também aproveitou a oportunidade para expressar o reconhecimento pelo trabalho exemplar do embaixador José Augusto Silveira de Andrade. “Sua dedicação e competência têm sido fundamentais para fortalecer o diálogo entre o Brasil e a comunidade internacional, especialmente no contexto do setor cafeeiro. Sua liderança foi essencial para garantir que as pautas de interesse do Brasil, como a sustentabilidade e o acesso a mercados, fossem tratadas com o destaque merecido durante o 138º Conselho Internacional do Café. Agradecemos seu compromisso em promover os interesses de nossos produtores e a excelência do café brasileiro no cenário global”, destacou.
Silas também elogiou a atuação de Vanusia Nogueira, presidente da OIC, cuja liderança foi fundamental para a organização e sucesso do evento. “Vanusia tem desempenhado um papel de extrema relevância à frente da OIC, promovendo o diálogo entre as nações produtoras e consumidoras de café. Sua visão estratégica sobre os desafios globais é essencial para garantir um futuro promissor para o setor. O evento foi extraordinário”.
Com a sessão do Conselho Internacional do Café que ocorreu nesta quinta-feira (12), a participação do Brasil reforça seu papel fundamental na construção de um setor cafeeiro global mais justo, eficiente e sustentável.
No balanço semanal da próxima sexta-feira abordaremos com detalhes os assuntos tratados durante o encontro em Londres.
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