No mês de maio se inicia a safra do café em Minas Gerais. Cerca de 460 municípios produzem a cultura, o que corresponde a mais da metade do total do Estado. Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus e o fechamento de muitas cafeterias, o café segue firme na preferência da bebida dos consumidores. Em 2020, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), foram consumidos 21,2 milhões de sacas de 60 quilos. Maior produtor de café do país, Minas Gerais superou os desafios impostos pela pandemia e, no ano passado, colheu uma safra de café com alta qualidade e 36,3% superior a 2019. O Estado é responsável por 54,3% da produção nacional do grão, com aproximadamente 70% da produção do arábica. Os trabalhos na colheita se estendem por mais de quatro meses e geram muitos novos empregos no campo, inclusive para trabalhadores de outras regiões do país.
E para reduzir os riscos de disseminação da Covid-19 durante a safra do café, o Conselho Nacional do Café (CNC), em conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), pensando no princípio da sustentabilidade e da proteção à saúde do trabalhador, preparou uma cartilha com orientações específicas para a colheita. As informações têm como referência o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde. As recomendações vão desde a higiene pessoal e dos materiais utilizados, até normas de transporte dos trabalhadores para as lavouras.
Em um ano já com perspectivas de baixa produção de café, os cuidados com a saúde e prevenção do vírus são fundamentais para manter a segurança dos prestadores de serviços nas lavouras. “Sabemos que o agronegócio foi o único setor da economia que cresceu na pandemia. A procura pelo café por parte dos consumidores também seguiu seu ritmo de crescimento. Desta forma, vemos a importância da elaboração e distribuição dessa cartilha, a fim de que nossos trabalhadores tenham condição mais saudável em sua prestação de serviço”, enfatizou o presidente do CNC, Silas Brasileiro. Segundo dados da Emater-MG, a safra de 2021 deve ter redução significativa em relação ao ano anterior. Pela própria característica da cultura, este é um ano de bienalidade negativa, ou seja, em que as plantas produzem menos. Além disso, em algumas regiões do Estado, problemas climáticos, como calor excessivo e falta de chuvas para fixação da florada, prejudicaram ainda mais a produtividade.
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