Cepea via AE Broadcast Agro – As exportações brasileiras de café seguem em volumes elevados na safra 2020/21. Mesmo diante das incertezas diante da pandemia, os embarques estão acima das três milhões de sacas de 60 kg há sete meses consecutivos. Esse cenário é resultado do dólar elevado, da safra volumosa no Brasil, do consumo resiliente pela bebida e do aumento da competitividade do café nacional frente a outras origens.
Segundo dados do Cecafé (Conselho de Exportadores de Café do Brasil), na parcial da safra (de julho/20 a janeiro/21), foram embarcadas 27,8 milhões de sacas de 60 kg de café (grãos verdes, torrados e solúvel), forte aumento de 17,3% em relação ao mesmo período da temporada anterior (2019/20). Em janeiro, especificamente, foram 3,15 milhões de sacas. Em grãos verdes, a temporada soma 25,5 milhões de sacas, alta de 19,1% frente ao registrado em 2019/20. Segundo o Conselho, esse foi o melhor resultado para o período em cinco anos.
Na análise por variedade, no acumulado de sete meses da safra, observa-se aumento de 19% no volume tanto do arábica quanto para o robusta, com embarques de, respectivamente, 22,4 milhões e três milhões de sacas. Em termos monetários, também houve forte aumento, devido à valorização do café, com a receita (de arábica e robusta) somando US$ 3,4 bilhões, avanço de 14,3% em relação à da safra passada. Devido à valorização do dólar no período, houve forte acréscimo de 51,7% na comparação com 2019/20 na receita em Reais, que totalizou R$ 18,5 bilhões de julho/20 a janeiro/21.
Para os próximos meses, agentes estão otimistas quanto ao volume a ser embarcado, fundamentados nos preços ainda atrativos do produto nacional e na alta produção em 2020/21. Além disso, as campanhas de vacinação contra a covid-19 ao redor do mundo também podem favorecer a retomada do consumo da bebida, principalmente fora dos lares.
CAMPO – Após o clima mais seco e quente a partir da segunda quinzena de janeiro, as precipitações retornaram na maior parte das regiões em fevereiro. Agentes apontam que as chuvas não foram uniformes, mas ocorreram em praticamente todas as áreas de arábica e de robusta, trazendo certo alívio aos produtores.
Apesar da quebra dada como certa nas lavouras de arábica e nas de robusta de Rondônia – devido às quedas de flores e de chumbinhos e ao alto estresse das lavouras até o final de 2020 –, um clima mais favorável neste primeiro trimestre de 2021 deve, ao menos, favorecer o enchimento dos grãos e permitir melhor qualidade de peneira.
MERCADO DA SEMANA – Os mercados de arábica e robusta seguem calmos. Com a variação das cotações internas e externas de ambas as variedades ao longo dos últimos dias, agentes estão retraídos, limitando os negócios.
Na quarta-feira, 17, os preços avançaram, devido aos ganhos externos e à elevação do dólar. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 670,04/sc, alta de 1,5% frente à quarta-feira, 10. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato Maio/21 encerrou a 127,40 centavos de dólar por libra-peso na quarta, elevação de 3,4% em sete dias. Quanto ao dólar, fechou a R$ 5,42 na quarta, valorização de 0,7% no mesmo comparativo.
Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 422,09/sc, avanço de 1% frente ao dia 10. A média do tipo 7/8 bica corrida foi de R$ 412,45/sc, praticamente estável (-0,1%) na mesma comparaçõ – ambos a retirar no Espírito Santo.
Análise do mercado cafeeiro elaborada pela Equipe Café CEPEA/ESALQ.