O Conselho Nacional do Café (CNC) tem realizado esforços significativos em estreitar relações com embaixadas, especialmente com a delegação da União Europeia. Esses contatos têm despertado um crescente interesse entre os europeus em conhecer de maneira mais aprofundada a produção de café no Brasil, compreendendo tanto a vida dos produtores quanto a preservação ambiental nas regiões cafeeiras.
A curiosidade em observar a cafeicultura dentro do bioma amazônico culminou na recente visita da embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf, ao estado de Rondônia. O interesse se intensificou devido à preocupação com o desmatamento na Amazônia, sendo essa a razão pela qual o café foi incluído entre os seis produtos que, segundo a nova legislação europeia (EUDR), são considerados responsáveis pelo desflorestamento.
A visita da embaixadora também teve como objetivo verificar in loco como ocorre a exploração das áreas cultivadas de café por indígenas e imigrantes, especialmente do Espírito Santo, estado que possui uma grande concentração de produtores capixabas na produção de café em Rondônia.
A comitiva viu de perto que no Brasil, a preocupação com a preservação ambiental é de grande relevância. Não há desmatamento em áreas de cultivo de café, e a qualidade de vida dos produtores é assegurada por uma renda digna.
Este compromisso com a sustentabilidade é reforçado pela organização dos principais estados produtores, através de cooperativas, a exemplo da Caferon (Cafeicultores Associados da Região Matas de Rondônia) que conduziu a visita da embaixadora à região.
Em Rondônia, por exemplo, foram contratados consultores especializados para organizar a produção dentro de princípios sustentáveis. Entre os diversos profissionais envolvidos, destaca-se a atuação da AG Lima Consultoria e do Consórcio Pesquisa Café (Embrapa), além de outros terceiros altamente capacitados, que têm exercido forte influência na pesquisa e adaptação de cultivares apropriados para a região, resultando em alta produtividade.
Não se pode esquecer o papel fundamental desempenhado por líderes locais, governadores e parlamentares que trabalham em prol da sustentabilidade.
Sendo a questão internacional um dos pontos focais das ações da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do CNC – como seu braço operacional – o Conselho estará em Londres dos dias 08 a 13/09 para participar junto à Rebraslon (Representação Permanente do Brasil junto aos Organismos Internacionais em Londres), contando com o acompanhamento do Embaixador José Augusto Silveira de Andrade das seguintes pautas:
Participação no 138º Conselho Internacional do Café (ICC) da Organização Internacional do Café (OIC) e as reuniões paralelas. A delegação brasileira terá participação ativa no encontro, que contará com uma extensa pauta como o G7 e o encontro da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), e os demais países exportadores e consumidores.
Participação de reunião com foco na aplicação do Acordo Internacional do Café (AIC) 2022. Enfim, de todas as matérias que dizem respeito a mostrar como o Brasil trabalha de forma sustentável na produção de café, inclusive na aplicação do Regulamento Europeu (EUDR).
Nesses encontros, serão discutidas matérias que visam demonstrar como o Brasil tem se empenhado na produção sustentável de café, além da aplicação do regulamento europeu. Muitas vezes, a falta de conhecimento sobre a realidade do setor cafeeiro leva à penalização de todos os produtores a nível mundial, esquecendo-se de países como o Brasil, que possuem uma legislação ambiental rígida, como o Código Florestal e o CAR (Cadastro Ambiental Rural), e também uma completa legislação trabalhista.
A realização dessa visita despertou o interesse das demais embaixadoras europeias no Brasil de conhecerem outros estados produtores, em viagens que serão realizadas em breve a diversas regiões, através de roteiros que estão sendo tratados entre o CNC e o MRE.
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