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CNC encaminha parceria que irá promover investimento no reflorestamento de áreas cafeeiras

Uma reunião entre representantes da Jacobs Douwe Egberts (JDE) e do Conselho Nacional do Café (CNC), realizada em 14 de dezembro de 2023, delineou uma parceria inovadora para desenvolver uma ferramenta fundamental na busca por práticas sustentáveis na produção de café.

O foco principal dessa colaboração é criar uma ferramenta de certificação de regiões brasileiras livres de desmatamento, em resposta ao crescente imperativo global de promover a sustentabilidade na indústria cafeeira.

Participaram do encontro, Bruno Ribeiro (Gerente de Sustentabilidade JDE Brasil); Laurent Sagarra (Vice-Presidente de Sustentabilidade JDE Global); Silas Brasileiro (CNC); Natalia Carr (CNC).

A JDE, gigante global no setor de café, compartilhou insights sobre sua história e a necessidade de adaptação às recentes regulamentações, destacando o Regulamento de Produtos Livres de Desmatamento (EUDR) da União Europeia como um impulso significativo. A empresa, que busca ações concretas para lidar com os desafios climáticos, delineou metas ambiciosas, incluindo a redução das emissões de gases de efeito estufa e a eliminação da compra de cafés provenientes de áreas desmatadas.

O plano estratégico apresentado durante a reunião sugere uma abordagem abrangente, começando pela certificação de regiões específicas, como Minas Gerais, no Brasil, e expandindo para outros países produtores de café. Essa abordagem visa não apenas mitigar o desmatamento, mas também apoiar os produtores na adoção de Boas Práticas Agrícolas (BPA), demonstrando um compromisso de longo prazo com a sustentabilidade.

A proposta envolve a colaboração entre a JDE e entidades locais, como cooperativas e empresas de assistência técnica, no intuito de criar uma certificação eficiente e eficaz. A JDE, em parceria com a Enveritas, obteve sucesso ao solicitar à Comissão Europeia um ajuste na rastreabilidade até o talhão, facilitando a certificação de regiões em vez de propriedades específicas. Esse ajuste pode simplificar o processo, permitindo que a empresa certifique grandes áreas de uma vez, agilizando o caminho para a meta de certificar toda a produção de café do Brasil.

O compromisso da JDE em assumir os custos de reflorestamento em áreas que, por ventura, tenham sido desmatadas após dezembro de 2020, adiciona um componente prático e tangível ao plano. Além disso, a empresa fornece dados de satélite detalhados, uma colaboração com a Enveritas, permitindo uma visão precisa do cenário atual das áreas de café.

O CNC reitera que a cadeia produtiva do café terá tolerância zero com situações de desmatamento após a data de corte, no entanto, a parceria demonstra que o esforço conjunto não apenas atende aos requisitos da EUDR, mas também garante um futuro sem desmatamento, apoiando os países produtores na transição para práticas sustentáveis.

A colaboração entre a JDE e o CNC, delineada nessa reunião, emerge como um exemplo inspirador de como empresas globais e entidades locais podem unir forças para promover a sustentabilidade na cadeia produtiva do café, enfrentando desafios ambientais e contribuindo para um setor mais responsável e resiliente.

Laurent deixou claro que a EUDR não está no Brasil para punir pela história, mas que veio para garantir um futuro sem desmatamento. Todavia, o apoio das empresas que importam o café, brasileiro e de todos os países produtores é fundamental para que produtores não sejam excluídos e punidos devido ao novo regulamento.

Passo a passo da ação:

  • Sem custo para os países produtores e cafeicultores: mapear todas as áreas de floresta e cafezais, bem como o monitoramento das áreas de café;
  • A JDE entregará anualmente as áreas de café que por ventura tenham sido desmatadas, sem custo, para os responsáveis em cada país, para que eles possam tomar as devidas ações para reverter o desmatamento ou impedir (em áreas de risco); a JDE se compromete a apoiar com o reflorestamento das áreas desmatadas;
  • Anualmente a JDE se compromete a entregar os mapas das áreas que podem ter risco de desmatamento;
  • Apoio da JDE aos cafeicultores em áreas de risco de desmatamento;
  • A certificação das áreas livres de desmatamento para que atenda aos requisitos da EUDR, pago pelos importadores, ou seja, os importadores adicionarão esses dados na plataforma da EUDR comprovando a devida diligência exigida.

Os representantes da JDE apresentaram alguns slides exemplificando o que os tem movido em direção ao apoio aos países produtores: seus fornecedores. Contou que 98% do negócio deles é café e que as mudanças climáticas são o principal risco que a JDE enfrenta. Atualmente, desmatamento e, consequentemente, a mudança do uso do solo representa 25% da emissão de gases de efeito estufa para produção de café verde, adquirido pela JDE.

Primeiro passo para eles é zerar o desmatamento e, a fim de mitigar o risco, essa ação deve vir seguida do apoio aos produtores para o desenvolvimento e adoção de Boas Práticas Agrícolas (BPA). Essas ações são consideradas de curto prazo e devem ser seguidas de ações de longo prazo, como a introdução ou desenvolvimento de novas variedades genéticas, mais resilientes e eficientes e o uso de produtos agrícolas que aumentam o sequestro de carbono, como o Biochar.

A meta da JDE é reduzir a emissão de gases (GEE) até 2030 em 30% e zerar a compra de cafés provenientes de áreas desmatadas, em 100%, até 2025. Essas metas estão sendo colocadas para todas as empresas da JDE em todas as regiões do mundo, ou seja, eles não estão tomando essa decisão de comprar produtos livre de desmatamento somente por conta da EUDR, mas sim, como uma forma de cumprir o papel deles como empresa em prol do meio ambiente.

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