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CNC promove visita técnica de representante da OIC para fortalecer diálogo sobre sustentabilidade na cafeicultura

Por sugestão do Ministro do Trabalho Luiz Marinho, o Conselho Nacional do Café (CNC) convidou para uma visita técnica ao Brasil a Sra. Hannelore Beerlandt, Chefe de Operações da Organização Internacional do Café (OIC), que foi marcada por uma série de encontros estratégicos com autoridades e representantes do setor cafeeiro, buscando evidenciar os esforços do país na promoção da sustentabilidade social, ambiental e econômica da cafeicultura.

Com vasta experiência global e tendo atuado como presidente da Federação Europeia do Café, Hannelore desempenhará um papel fundamental na validação das políticas brasileiras para o setor cafeeiro no mercado consumidor europeu. Sua presença no Brasil permitirá que uma liderança respeitada transmita, de maneira direta e baseada em vivências reais, as iniciativas desenvolvidas pelo país.

Durante a visita ela foi acompanhada por Silas Brasileiro, presidente do CNC, pela secretária da entidade, Márcia Chiarello, pelas assessoras técnicas do CNC, Luiza Kreimeier, Marcela Travassos e pela gerente ESG da Cooxupé, Natalia Carr.

Reuniões estratégicas e diálogos institucionais

Hannelore Beerlandt participou de audiências com ministros e representantes do setor público e privado. Na reunião com o Ministro do Trabalho e Emprego, foi destacada a robusta legislação trabalhista brasileira e as ações de fiscalização realizadas para garantir condições dignas aos trabalhadores (as) do campo. Também foram abordadas iniciativas para combater práticas abusivas e promover a transparência na cadeia produtiva.

O ministro Luiz Marinho destacou a atuação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego no combate ao trabalho análogo à escravidão e ao trabalho infantil no setor cafeeiro, por meio de ações regulares realizadas em diversas regiões do país, evidenciando – na visão da legislação – o que é trabalho análogo ao escravo e o que é de fato seu descumprimento. Isso facilitará a contratação de trabalhadores (as) dentro, especificamente, da classificação feita pelo senhor Ministro, do que é ou não trabalho análogo à escravidao, sendo que algumas das especificacões constarão no Patco pelo trabalho decente na cafeicultuira de 2025.

“A União Europeia não precisa se preocupar”, afirmou o ministro, ao reafirmar o compromisso do governo brasileiro com a melhoria das relações de trabalho e a redução da precarização na cadeia produtiva do café, especialmente a partir dos avanços promovidos pelo Pacto do Café. “Podem ficar tranquilos que o Brasil está comprometido em acabar com qualquer situação de precarização do trabalho na cadeia do café, garantindo sempre os direitos dos trabalhadores (as), às boas práticas trabalhistas e de proteção ao meio ambiente”, enfatizou, desmistifcando a visão que a União Europeia tem sobre a contratação de trabalhadores (as) em nosso país.


Pacto pela adoção de boas práticas trabalhistas na cafeicultura

Firmado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em agosto de 2023, o Pacto do Café tem como objetivo principal fortalecer a cooperação entre o governo, entidades sindicais de empregadores e trabalhadores (as), com foco na melhoria das condições de trabalho na cafeicultura. A iniciativa visa promover o trabalho decente por meio de ações de orientação, campanhas educativas e de comunicação, estimulando o respeito às normas trabalhistas em toda a cadeia produtiva do café.

O presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, destacou o expressivo crescimento da produção cafeeira brasileira, que triplicou nos últimos anos, e reforçou o compromisso do setor com o respeito às normas trabalhistas. “Trabalhamos para que a cadeia produtiva do café assegure os direitos dos trabalhadores (as). Trabalho escravo não é da cultura dos produtores de café”, argumentou, afirmando que é fundamental o setor dialogar com o governo para colocar em prática os acordos do Pacto.

Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)

Seguindo a agenda programada, Hannelore Beerlandt conheceu a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da qual o CNC é braço operacional na cafeicultura. A OCB é a entidade máxima de representação do cooperativismo em nosso país, com um papel estratégico no desenvolvimento e na articulação das cooperativas em seus diversos ramos, especialmente no agronegócio.


O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas e a Superintendente Tânia Zanella, apresentaram à Hanellore a estrutura do setor cooperativista cafeeiro, que conta com 97 cooperativas de café, reunindo cerca de 330 mil cafeicultores em todo o Brasil. Essas cooperativas são responsáveis por aproximadamente 65% da produção nacional e 35% das exportações brasileiras de café, oferecendo suporte técnico, acesso a crédito e promovendo práticas sustentáveis. No Brasil, estão ligadas à OCB, 4.509 cooperativas de diversos ramos de atuação, com 23,4 milhões de cooperados e cerca de 550 mil empregos diretos.

Participaram da reunião, além do presidente do CNC, Silas Brasileiro e equipe, Luciano Ribeiro Machado, superintendente comercial de Agronegócios do Sicoob; Raphael Santana, gerente comercial de Agronegócios do Sicoob; e Rodolfo Jordão da Silva Filho, analista técnico da OCB. Discutimos como o cooperativismo fomenta a valorização do café brasileiro, com foco em sustentabilidade, qualidade, rastreabilidade e preservação do solo.

Ainda falando sobre cooperativismo, Hannelore visitou a sede do Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) que é uma alternativa sustentável ao sistema bancário tradicional, com uma presença estratégica no meio rural, especialmente na cafeicultura.

Ela conheceu como o Sicoob oferece crédito acessível, apoio técnico e valoriza a produção local, contribuindo diretamente para o fortalecimento da cadeia produtiva do café. O banco cooperativo disponibiliza serviços completos, desde contas correntes até linhas de financiamento específicas para cafeicultores, como o Funcafé.

Hannelore foi recebida pelo presidente do Conselho de Administração do Centro Cooperativo Sicoob, Miguel Ferreira de Oliveira, por Luciano Ribeiro Machado, superintendente comercial de Agronegócios, por Raphael Santana, gerente comercial de Agronegócios e por Gustavo Bastos Soares, supervisor comercial de agronegócios e por membros da equipe da entidade.

O encontro também evidenciou o compromisso do Sicoob com iniciativas de sustentabilidade, como o Programa Nacional Café Produtor de Água, do qual é patrocinador do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) aos produtores que fazem parte do projeto.

Conab

A visita técnica incluiu uma reunião com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), onde foi apresentada para Hannelore as metodologias utilizadas para estimar a safra de café no país. O uso de tecnologia de satélite e entrevistas de campo garantem a precisão dos dados, fundamentais para o planejamento do setor. Foi destacado o investimento do Funcafé no aprimoramento desses levantamentos, reforçando a modernização da cafeicultura brasileira.

Visita à Embrapa e ao consórcio Embrapa café – transparência e inovação na produção cafeeira

Hannelore destacou que há no mercado europeu a interrogação de como o Brasil aumentou sua oferta de café sem desmatamento.

Foi apresentado a ela que, em 1989, havia 2,984 milhões de hectares plantados. Com o passar dos anos, graças à pesquisa, à ciência e ao conhecimento — aliados ao uso de variedades mais produtivas e ao aprimoramento das técnicas de espaçamento — essa área foi gradualmente reduzida, chegando a 2,226 milhões de hectares em 2025. Desse total, 1,92 milhão de hectares estão em produção e 336,34 mil hectares em formação, os quais entrarão em produção já em 2026. Ainda assim, a produção se manteve equilibrada, atendendo à crescente demanda global.

Nas visitas, ela foi recebida pelo quadro de chefes da Embrapa Café e pela diretora de Administração da Embrapa, Selma Beltrão. Silas Brasileiro falou inicialmente da importância da visita da representante da OIC ao Brasil e à Embrapa, destacando a importância da pesquisa para a cafeicultura brasileira. A Diretora Selma Beltrão também falou da relevância de contar com a autoridade da OIC e do compromisso da Embrapa com a equidade social e equilíbrio ambiental, temas em destaque, sobretudo por ocasião da cúpula da COP 30 na Amazônia, em novembro próximo.

Após a visita na sede da Embrapa Café a comitiva visitou os campos experimentais com plantas de café arábica e robusta da Embrapa Cerrados, onde Hannelore conheceu de perto como a ciência brasileira contribui para a inovação na cafeicultura. Desde o desenvolvimento de cultivares mais produtivas até práticas sustentáveis de cultivo, a pesquisa tem sido essencial para o fortalecimento da competitividade do café brasileiro no mercado internacional.

O encerramento da visita realizou-se na Fazenda Canaã Café Minelis mostrando a sustentabilidade na prática

A experiência foi concluída com uma visita à Fazenda Canaã Café Minelis, de propriedade de Carlos Coutinho Filho, referência em cafés especiais e em práticas agrícolas regenerativas. No local, Hannelore Beerlandt acompanhou o processo de produção, desde o cultivo até a pós-colheita, e pôde degustar cafés de alta qualidade que representam a excelência da cafeicultura brasileira. A Fazenda Canaã é um exemplo de como é possível aliar excelência na produção, responsabilidade socioambiental e inovação, colecionando premiações e reconhecimento nacional.

A Ministra Grace Tanno, Chefe da Divisão de Política Agrícola do Ministério das Relações Exteriores (MRE), junto de seu pai, Sr. Tanno, acompanhou a visita à Fazenda Canaã e valorizou ainda mais a vinda de nossa convidada ao Brasil.

“Ao longo da visita, ficou evidente o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a inovação no setor cafeeiro. Os encontros proporcionaram uma compreensão mais aprofundada dos avanços e desafios enfrentados pelo país, permitindo que a imagem do café brasileiro seja fortalecida internacionalmente. A troca de informações e experiências foi essencial para consolidar um diálogo transparente com o mercado europeu, garantindo que as práticas sustentáveis da produção nacional, em especial as que são promovidas por nossas cooperativas, sejam amplamente reconhecidas”, analisou Silas Brasileiro.

“Agradecemos imensamente à OIC em nome da diretora executiva Vanusia Nogueira pelo apoio na realização dessa importante missão. Com resultados promissores e relações fortalecidas, a visita da Sra. Hannelore Beerlandt marca um novo capítulo na valorização do café brasileiro no cenário global”, finalizou o presidente do CNC.

A Ministra Grace Tanno, Chefe da Divisão de Política Agrícola do Ministério das Relações Exteriores (MRE), junto de seu pai, Sr. Tanno, acompanhou a visita à Fazenda Canaã.

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