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Consórcio Cerrado das Águas apresenta resultados de conexões em sua plataforma colaborativa

STUDIODVÖS / Polliana Dias

O Consórcio Cerrado das Águas (CCA), fundado em 2014, é uma plataforma colaborativa que agrega esforços entre empresas, governo e sociedade civil para a preservação e conservação ambiental para combater as mudanças climáticas.

A iniciativa reúne, em Patrocínio-MG, na bacia do córrego Feio, principal fonte de abastecimento aquífero do município, produtores rurais, em sua maioria cafeicultores, para levar informações e orientações sobre uma produção que preze pelo desenvolvimento ambiental, trabalhando em três frentes: restauração, práticas agrícolas climaticamente inteligentes e gestão eficiente dos recursos hídricos.

A dinâmica da plataforma
Por meio do PIPC – Programa de Investimento no Produtor Consciente, o CCA oferece oficinas para discutir com o produtor alternativas e soluções para a preservação dos recursos naturais e o combate às mudanças climáticas elaborando o PIP – Plano Individual de Propriedade, e alinhando, com cada um, a melhor forma de implementar as estratégias propostas pela equipe de especialistas do CCA, de forma conjunta.

O PIPC é um projeto desenvolvido pelo CCA que tem como principal característica a rede de engajamento, desde o produtor que reside e trabalha na bacia, permeando toda a cadeia produtiva do café, até o comprador de café em qualquer parte do mundo, passando pelos atores locais, como promotoria, associações e poder público.

“Não fazemos nada sozinhos. O apoio e a união de esforços é imprescindível para que os produtores da bacia do córrego Feio consigam se tornar resilientes aos efeitos das mudanças climáticas. Com isso, os moradores do município de Patrocínio também serão beneficiados, pois terão garantia de fornecimento de água ao longo do ano. Importante destacar que o nosso município possui um decreto (Decreto nº 5.161) assinado em 5 de dezembro de 2019, onde o governo municipal estabelece o CCA como parceiro preferencial do governo local para projetos de conservação e restauração. Neste ano, o poder público colaborou com as ações da bacia cedendo as máquinas para realizar contenções de erosão e enxurrada, ações importantes para melhorar a qualidade da água e estabelecer melhor infiltração garantindo a recarga hídrica”, informa Fabiane Sebaio, secretária executiva do CCA.

Dinâmica que vem colhendo resultados pela conexão entre vários setores e pelo apoio e relacionamento próximo com o produtor rural, entendendo seus desafios e auxiliando-o a encontrar as melhores soluções por meio de seu PIP.

Um ano de desafios, mas de bons resultados
De acordo com a secretária executiva do CCA, Fabiane Sebaio, 2020 trouxe desafios, no entanto, o saldo das ações realizadas de forma adaptada, foi positivo. “Foi um ano intenso, cheio de desafios e bons resultados. As visitações do nosso segundo ciclo coincidiu com o início da pandemia e, por vários momentos, pensamos que não seria possível continuar, mas tivemos sucesso e conseguimos dar andamento nas ações, com as adaptações necessárias a esse delicado momento que vivemos. Nosso maior desafio foi realizar o atendimento individual ao produtor para discutir o Plano Individual de Propriedade, mas ao final tivemos um excelente resultado e um novo modelo de trabalho foi consolidado pelo sucesso”, comemora Fabiane que complementa que todos os atendimentos foram realizados seguindo as normas de medida protetiva.

A secretária executiva ressalta que os números de hectares de área de vegetação nativa que serão restaurados ainda não estão consolidados, mas há uma estimativa de área restaurada de 50 hectares com a ocorrência do segundo ciclo em setembro deste ano. De acordo com ela, “do total de produtores existentes na bacia, 55% assinaram contrato e fazem parte do Programa de Investimento no Produtor Consciente e isso significa que temos uma área de 4200 hectares da bacia que foram avaliadas e tiveram estratégias de restauração e manejo climático implementadas. Quando propomos trabalhar neste modelo de restauração de bacia hidrográfica buscamos fortalecer os produtores daquela área geográfica e fornecer meios para garantir a segurança alimentar a longo prazo”, informa Fabiane.

Ações que conectam e impactam positivamente
As ações do CCA vão além do plantio de mudas. Além da avaliação individualizada em cada propriedade, o CCA tem hoje, dentro da bacia, três estações de monitoramento de quantidade e qualidade de água que fornecem ao produtor informações em tempo real sobre a qualidade e quantidade de água na bacia, como conta Fabiane, “finalizamos também para a bacia do córrego Feio o estudo espectométrico, ou seja, estudo da resposta espectral da vegetação, e hoje conhecemos a distribuição das fitofisionomias existentes dentro da bacia e seus estágios de conservação e degradação, o que nos direciona em termos de tomada de decisão sobre as áreas a serem restauradas. Dentro das ações do CCA também temos experimentos com sementes nativas do Cerrado e a formação de coletores de sementes nativas do Cerrado cujo curso acontecerá no início do próximo ano em parceria com a Rede de Sementes do Cerrado e outras instituições”

E para próximo ano, o CCA estuda avançar sua área de atuação para Serra do Salitre e Coromandel, por meio de uma parceira com o Sebrae para realização do ZAP (Zoneamento Ambiental Produtivo) cujos resultados indicarão as áreas adequadas para serem realizadas intervenção e que responderão mais rapidamente ao processo de oferecer mais segurança climática as produtores locais.

Sobre o Consórcio Cerrado das Águas
Criado em 2014, em Patrocínio – MG, o Consórcio Cerrado das Águas tem como objetivo conscientizar produtores da região sobre a importância de seus ativos ambientais por meio do diagnóstico e investimento nos mesmos, garantindo sua preservação a longo prazo.

Em 2019, o projeto piloto recebeu do Fundo de Parcerias para Ecossistemas Críticos (CEPF) o valor de US$400 mil para implementar o programa que irá promover, inicialmente, o investimento e a proteção dos ecossistemas naturais encontrados em mais de 100 propriedades ao longo da bacia do Córrego Feio. A quantia é o maior subsídio já concedido pelo CEPF, que conta com exigentes doadores como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), União Europeia, Fundo Mundial para o Ambiente (GEF), Governo do Japão e Banco Mundial.

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