O 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC) chegou ao final após três dias repletos de emoções, decisões estratégicas e visões para o futuro. O evento, que reuniu cerca de três mil líderes cooperativistas de todo o país, foi finalizado com uma série de momentos marcantes.
A programação foi marcada, principalmente, pela priorização das diretrizes estratégicas que vão guiar o movimento no período de 2025 a 2030. Das 100 diretrizes votadas pelos congressistas, 25 foram escolhidas para nortear o planejamento. As propostas foram avaliadas com base em critérios de impacto e urgência, e as duas com maior pontuação, para cada tema, foram consideradas prioritárias, além das cinco mais votadas após a escolha das vinte primeiras, independente do tema. Os eixos abordados foram Comunicação, Cultura Cooperativista, ESG, Inovação, Intercooperação e Negócios.
O presidente Márcio Lopes de Freitas, analisou a importância do Congresso. “É bonito ver o esforço e dedicação de todos os envolvidos. Durante esses três dias, conseguimos reforçar que o nosso movimento é fruto de uma construção coesa e próspera”, expressou. Ele relembrou a época em que se engajou com o coop e desejou que a teia de cooperativas se tornasse um Sistema. “Agora, somos uma rede organizada, alinhada e democrática. Precisamos continuar nos superando, cada vez mais, com coragem e ousadia. O futuro já começou e só precisamos desenhar os detalhes. É só cooperar e seguir nesse processo. Todos juntos”, concluiu.
Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC) – braço operacional da OCB – participou da abertura do evento e lembrou da criação do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), em 1998, inserido como parte do Sistema S no cooperativismo. O Sescoop é responsável pelo ensino, formação, profissional, organização e promoção social dos trabalhadores, associados e funcionários das cooperativas brasileiras.
“Estávamos no legislativo quando acompanhado de outros parlamentares trabalhamos junto ao Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que criou o Sistema através da Medida Provisória 1.715 de 03 de setembro de 1998. Hoje, vemos a magnitude desse evento que fortalece o reconhecimento do importante papel que as cooperativas de todos os ramos desempenham no contexto da economia nacional”, lembrou.
Metas
Márcio Lopes também citou a meta do desafio BRC 1 Tri, que busca atingir R$ 1 trilhão em prosperidade para o povo brasileiro e 30 milhões de cooperados até 2027. “Nós sabemos onde queremos chegar e acreditamos nos valores que nos trouxeram até aqui. Crescemos até mesmo em tempos de crise e vamos construir um futuro cada vez mais próspero para o Brasil e todos os brasileiros. Por isso, a importância desse congresso e da presença de todos vocês aqui. Nossa união é a força que nos move e nos levará cada vez mais longe” completou.
A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, apresentou os principais resultados alcançados pelo cooperativismo brasileiro desde a realização do último CBC, em 2019. Sua fala representou um momento inspirador para os congressistas, com uma visão abrangente do panorama atual e das perspectivas futuras do movimento. Com um histórico de realizações e conquistas significativas, ela reafirmou o compromisso do Sistema OCB em ser uma ferramenta que trabalha em prol do desenvolvimento econômico e social do país.
“Desde o 14º CBC, estamos vendo os resultados extraordinários que o movimento tem alcançado, com geração de mais empregos, promoção do desenvolvimento sustentável e fortalecimento dos laços sociais em todo o Brasil. Estamos comprometidos em continuar impulsionando essa poderosa força para o bem. Queremos mais cooperados capacitados e mais mudanças positivas em nossa sociedade. A partir do trabalho de representação do Sistema OCB, seguiremos unindo forças para alcançar mais avanços em prol de um futuro mais justo para todos”, afirmou.
Em seguida, a presidente da Aliança Cooperativa Internacional das Américas (ACI Américas), Graciela Fernández, falou sobre o atual momento do cooperativismo na América Latina. Para ela, é preciso ter consciência de que o princípio central do coop está sendo cumprido no 15º CBC, a democracia. “A transformação é feita a partir de representantes, suas comunidades e, consequentemente, o planeta muda. Por isso, as deliberações são tão importantes. É tempo de construir um futuro mais cooperativo”.
Novos desafios
O Congresso também promoveu o lançamento da Agenda Institucional do Cooperativismo 2024, que reúne as pautas prioritárias do movimento junto aos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Neste ano, a agenda tem como tema prioritário o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo na regulamentação da Reforma Tributária (PLP 68/2024 e PLP 58/2024) em tramitação no Congresso Nacional, além de propostas para a ampliação da participação das cooperativas no mercado de seguros (PL 519/18); para garantir maior segurança jurídica para as cooperativas que participam de processos de licitação; para o aumento de volume de recursos do Crédito Rural; e para a valorização das cooperativas de infraestrutura na política de conectividade no campo (PL 1.303/22).
Cooperativismo cafeeiro
O café é uma das commodities agrícolas mais importantes do Brasil. Conhecido mundialmente por sua qualidade e sabor inigualável, o “ouro verde” tem sido parte essencial da história e economia do país. Nesse cenário, o cooperativismo tem desempenhado um papel fundamental na transformação da produção cafeeira, promovendo o desenvolvimento socioeconômico e garantindo a sustentabilidade do setor.
É importante reconhecer que o sucesso do cooperativismo no setor cafeeiro não é fruto do acaso, mas sim do comprometimento e cooperação de todos os envolvidos. Governos, entidades reguladoras, empresas privadas e, principalmente, os produtores, devem continuar apoiando e fortalecendo esse modelo de organização, garantindo sua eficiência e crescimento contínuo.
Números impressionantes
O cooperativismo tem se mostrado um pilar essencial para o sucesso da cafeicultura no Brasil, fortalecendo a produção e contribuindo significativamente para o desenvolvimento social das comunidades rurais. Segundo dados da OCB, o Brasil conta com mais de 1400 cooperativas, sendo cerca de 97 exclusivas para cafeicultura.
Bento Venturim (presidente da OCB/ES), Silas Brasileiro (presidente do CNC) e Saulo Faleiros (Vice-presidente da Cocapec)
Com impressionantes 55% da produção total de café do país sendo representada pelas cooperativas, é evidente o impacto significativo que essas organizações têm na indústria. Além disso, aproximadamente 35% da produção de café brasileiro é exportado pelas cooperativas, ampliando a presença do café nacional nos mercados internacionais.
Outro aspecto importante é o impacto socioeconômico das cooperativas no Brasil. Elas são responsáveis por gerar cerca de 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos, dos 8,4 milhões de postos de trabalho da cafeicultura, tornando-se uma força vital na economia local e regional.
Silas Brasileiro elogiou o trabalho da OCB, ressaltando o papel da liderança exercida pelo presidente Márcio Lopes de Freitas. “Nosso líder maior do cooperativo, Márcio Lopes, tem desempenhado um trabalho digno de todos os elogios. Com sua vasta experiência e profundo comprometimento com os valores cooperativistas, tem desempenhado um papel inigualável na promoção e fortalecimento das cooperativas em todo o país. Sua gestão tem sido marcada por uma abordagem estratégica e inovadora, sempre focada em melhorar a eficiência e a competitividade das cooperativas brasileiras. Ele entende a importância de uma gestão eficiente e de uma equipe coesa, liderada pela extraordinária Tânia Zanella, que tem se dedicado a cultivar um ambiente colaborativo e motivador. Suas habilidades em inspirar e liderar uma equipe diversificada refletem-se nos inúmeros avanços alcançados pela OCB”, finalizou.
Com informações e foto da Ascom/OCB
Fotos CNC: Márcia Chiarello
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