Por Silas Brasileiro – Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC)
Nos últimos anos, os cafeicultores brasileiros têm enfrentado uma série de desafios que colocaram à prova sua capacidade de adaptação. Seca, geada, granizo, queimadas, temperaturas elevadas, oscilações nos preços e no câmbio, além dos impactos das mudanças climáticas, exigiram respostas rápidas e eficientes do setor. Somam-se a isso as novas exigências de mercado, como padrões de sustentabilidade e rastreabilidade, que trazem oportunidades, mas também demandam investimentos e reestruturação.
Neste cenário desafiador, o cooperativismo tem se mostrado uma fortaleza indispensável para o café brasileiro. Por meio das cooperativas, os produtores encontram suporte técnico, financeiro e estratégico para enfrentar adversidades e se manterem competitivos em relação aos demais países produtores.
O cooperativismo é uma das maiores forças transformadoras do Brasil. Mais do que um modelo de organização econômica, ele é um verdadeiro motor de desenvolvimento social, ambiental e econômico. No setor agropecuário, especialmente no café, o cooperativismo desempenha um papel fundamental, conectando produtores (as), trabalhadores (as) e a sociedade em uma rede de colaboração que gera oportunidades, inovação e resultados sustentáveis.
Neste contexto, é essencial parabenizar e reconhecer os gestores, cooperados e colaboradores das cooperativas, que, com sua dedicação e visão estratégica, fazem do cooperativismo um exemplo de sucesso. Seu trabalho é a base para o fortalecimento da produção agrícola, para a valorização dos produtos no mercado interno e externo e para a criação de soluções inovadoras que atendem às demandas de um mundo em constante transformação.
As cooperativas de produção, agropecuárias e de crédito têm sido fundamentais para o desenvolvimento do Brasil. Elas possibilitam o acesso a insumos e implementos agrícolas com preços mais competitivos, promovem práticas sustentáveis e oferecem suporte técnico de alta qualidade. No setor cafeeiro, em particular, as cooperativas garantem suporte essencial em áreas como insumos, estocagem, comercialização, vendas futuras, barter e concursos de qualidade, incentivando os produtores a alcançar padrões de excelência e a conquistar mercados exigentes.
Um exemplo notável dessa atuação é a organização de concursos de qualidade do café, que não apenas estimulam a busca pela excelência, mas também abrem portas para novos mercados e valorizam o esforço dos produtores. Além disso, a assistência técnica prestada pelas cooperativas assegura que os cafeicultores tenham acesso às melhores práticas e à inovação, aumentando sua competitividade e sustentabilidade.
As parcerias estratégicas entre as cooperativas, instituições acadêmicas e de pesquisa (Embrapa Café, Fundações e Empresas de Pesquisas Estaduais), também merecem destaque. Por meio de cooperações técnicas, conhecimentos científicos são transformados em práticas aplicáveis no campo, promovendo avanços em produtividade, qualidade, manejo sustentável e resiliência às mudanças climáticas. Essa sinergia é um exemplo do quanto o cooperativismo pode contribuir para o futuro do agronegócio.
O cooperativismo de crédito e os bancos cooperativos – através do Funcafé -, por sua vez, têm sido um instrumento essencial para o fortalecimento econômico dos produtores rurais. Com linhas de financiamento acessíveis e condições justas, os produtores têm a oportunidade de investir em inovação, expandir suas atividades e enfrentar desafios com segurança financeira.
Por tudo isso, é justo celebrar e agradecer aos gestores, que lideram com competência e comprometimento; aos cooperados, que acreditam e investem nesse modelo; e aos colaboradores, cuja dedicação diária garante que as cooperativas continuem sendo sinônimo de eficiência e progresso.
O cooperativismo é mais do que uma ferramenta econômica: é uma ponte para o futuro, um exemplo de como a união e a cooperação podem transformar desafios em oportunidades e gerar benefícios para toda a sociedade. No Conselho Nacional do Café (CNC), como braço operacional da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) – que congrega nas OCE´s (Organizações das Cooperativas no estados) – todas as cooperativas do país, reafirmamos nosso compromisso em apoiar e fortalecer o cooperativismo, reconhecendo sua importância estratégica para o Brasil.
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