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A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), uma das maiores exportadoras de café do país, ampliou em 2,9% a perspectiva de recebimento de café em 2020 para 7 milhões de sacas de 60 quilos, afirmou o presidente da cooperativa, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, ao Valor. A projeção anterior, feita em fevereiro, era de 6,8 milhões de toneladas.
No ano passado, a cooperativa recebeu 5,1 milhões de sacas enquanto em 2018 — ano em que a safra foi de bienalidade positiva, como em 2020 — foram 6,4 milhões de sacas. Segundo ele, os cooperados devem entregar 5,5 milhões de sacas de café à cooperativa, 12,2% a mais que no ciclo anterior, de bienalidade negativa. Outros 1,5 milhão de sacas serão adquiridos de terceiros.
A colheita na área de atuação da Cooxupé chegou a 10% da área, onde a produção deverá alcançar 10 milhões de sacas. “Não sei se será uma safra recorde, mas com certeza será uma das maiores tanto para a cooperativa como para o país”, afirmou o presidente da cooperativa.
De acordo com Melo, 60% desse volume já foi negociado antecipadamente. “Nunca vendemos tanto café com essa antecedência”, afirmou.
Segundo ele, o preço médio da saca está em R$ 530, enquanto há um ano estava em R$ 400. No entanto, o cenário é de indefinição, uma vez que a safra farta e o dólar em alta pressionaram as cotações em Nova York, que ficaram abaixo de US$ 1 por libra-peso na semana passada.
Apesar do otimismo quanto à entrega, Melo manteve a perspectiva de que as exportações da cooperativa serão 7,5% menores em 2020, somando 5 milhões de sacas.
“Nunca tivemos um estoque de passagem tão baixo”, disse o presidente da Cooperativa. Em 2019, os embarques alcançaram 5,4 milhões de sacas, o que foi possível devido aos estoques elevados resultantes da safra recorde de 2018/19, que chegou a 61,3 milhões de sacas de 60 quilos no país.
Melo ainda reconheceu o registro de um caso de covid-19 na cooperativa, mas assegurou que a pessoa está em casa e reabilitada. Quanto ao impacto da pandemia na colheita, o presidente da Cooxupé afirmou que 80% dos cooperados são pequenos produtores e atuam com mão de obra familiar.
“Para os demais, a pandemia onera a colheita, porque há menos pessoas para trabalhar na colheita, o que pode fazer com que o processo seja mais demorado e o café perca qualidade ao ficar mais tempo no pé”, disse o presidente da Cooxupé.
Na sexta-feira, a cooperativa anunciou que repassará R$ 77,1 milhões aos cooperados, valor referente à participação nos resultados da cooperativa obtidos em 2019.
A distribuição envolve mais de R$ 57,8 milhões referentes aos resultados de 2019 e mais de R$ 19,3 milhões para o pagamento do Programa de Restituição de Capital por Idade (PRCI) implantado no final do ano passado, beneficiando associados acima de 75 anos.
A cooperativa faturou R$ 4,2 bilhões em 2019, ante R$ 3,793 bilhões no ano anterior. A Cooxupé recebeu 5,1 milhões de sacas de café tipo arábica e vendeu 6,4 milhões de sacas, sendo 5,4 milhões de sacas para o mercado externo, atendendo mais de 50 países.