Por Silas Brasileiro – Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC)
A cada ano, durante a época da safra, é comum a especulação em torno dos preços praticados pelo mercado. Neste ano, não tem sido diferente, com notícias de que a safra está em um ritmo acelerado, o que tem sido apontado como um dos motivos para a falta de reação ou até mesmo uma queda nos preços. Em nossa visão, o fator determinante é o volume total a ser colhido e nunca o ritmo da colheita, que não reflete em nada no café a ser colocado no mercado.
O reflexo dessa situação será sentido quando o volume efetivamente colhido for calculado. Conforme é de conhecimento geral, teremos uma safra pequena e uma passagem de estoques reduzida. Portanto, não haverá um excesso de café disponível para oferta. A Organização Internacional do Café (OIC), inclusive, tem anunciado um déficit de aproximadamente 7 milhões de sacas de 60 kg entre o volume total colhido e o consumo.
No entanto, além das especulações em torno da safra, agora também surgem comentários sobre a falta de recursos para cobrir os gastos com a colheita, alegando que os produtores se veem “forçados” a vender para atender suas obrigações financeiras semanais. Esses comentários parecem ignorar o fato de que o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), no valor de R$ 6,375 bilhões, foi aprovado junto com o Plano Safra.
Os agentes financeiros, em número de 44, já estão habilitados e os recursos foram distribuídos de forma ágil e eficiente, em tempo recorde. Assim que a taxa de juros for definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), os recursos estarão disponíveis para os produtores. Isso foi possível graças ao trabalho do ministro Carlos Fávaro, do secretário interino de Políticas Agrícolas, Wilson Vaz de Araújo, e da competência do Departamento do Café, liderado pelo diretor de comercialização, Sílvio Farnese, e coordenado por Janaína Macedo.
O Conselho Nacional do Café (CNC) não entra no mérito sobre os preços, nem estabelece quando o produtor deve ofertar seu café. No entanto, fornecemos informações precisas para que cada cafeicultor possa tomar sua própria decisão.
Essa informação é essencial, uma vez que os comentários, como já mencionado, muitas vezes levam os produtores a tomar decisões precipitadas durante a safra, sem considerar que ela ocorre apenas uma vez por ano.
A conjunção desses fatores é essencial para garantir a estabilidade do mercado e o fortalecimento da economia cafeeira. É fundamental que os cafeicultores se mantenham informados e ponderem cuidadosamente suas estratégias, visando o melhor resultado tanto para suas propriedades quanto para o setor como um todo.