Em reunião virtual realizada na manhã da quarta-feira (21), representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Illy Caffè e do Conselho Nacional do Café (CNC) avançaram nas discussões para a construção de um projeto internacional voltado à sustentabilidade na cadeia produtiva do café. A proposta será apresentada na Agrizone da COP30, espaço oficial do governo brasileiro para exposição de boas práticas e produtos agrícolas.
Participaram do encontro Clecivaldo de Sousa Ribeiro, diretor do Departamento de Desenvolvimento de Cadeias Produtivas e Indicações Geográficas do MAPA, Alessandro Bucci, diretor comercial da Illy Caffè, Silas Brasileiro, presidente-executivo do CNC e Lara Line Pereira de Souza, coordenadora geral de Produção Vegetal/SDI/MAPA.
Durante a reunião, Silas Brasileiro destacou o papel da plataforma Agro+Brasil Sustentável, que oferecerá suporte gratuito às cooperativas e seus produtores como ferramenta estratégica para o setor. Ele também reafirmou o compromisso do CNC com a organização da COP30, ressaltando a importância de integrar à pauta temas como agricultura regenerativa, pesquisa científica, preservação ambiental, uso racional da água, preservação dos mananciais e matas ciliares e valorização das condições de trabalho no campo.
Silas defendeu que o Brasil tem responsabilidade ambiental e social como líder mundial na produção de café, e sugeriu que temas como o Pacto Trabalhista 2025, Programas como o Café Produtor de Água e Cerrado das Águas estejam no centro da proposta brasileira para o evento climático.
Na sequência, Clecivaldo Ribeiro explicou que o encontro dá continuidade a tratativas anteriores entre a Illy Caffè e o MAPA e tem como foco a elaboração conjunta de uma proposta sobre sustentabilidade, com ênfase na agricultura regenerativa. Segundo ele, o objetivo é transformar a proposta em uma vitrine durante a COP30.
Alessandro Bucci explicou que Andrea Illy, referência global na agenda de sustentabilidade, está liderando frentes importantes no tema, incluindo o Innovation Hub Project, que reúne empresas como Google, Deloitte e Goldman Sachs. Um dos projetos-piloto propõe o uso de inteligência artificial para estudar os impactos de eventos climáticos como El Niño e La Niña na cafeicultura brasileira, avaliando as consequências econômicas, sociais, ambientais e propondo estratégias de mitigação.
O diretor da Illy Caffè sugeriu unir esse projeto de inovação tecnológica com a rica trajetória de boas práticas brasileiras, como os programas Certifica Minas, iniciativas da Embrapa, Epamig, Universidades, com os avanços em qualidade e sustentabilidade da cafeicultura nacional.
Silas Brasileiro reforçou a posição do Brasil como referência mundial no setor. “Além do aspecto ambiental, a produção de café no Brasil também tem um forte compromisso com as comunidades locais. O CNC enfatiza sempre que os direitos trabalhistas no Brasil já garantem proteção e segurança aos trabalhadores e trabalhadoras. Eles abrangem questões como salário mínimo, jornada de trabalho, férias remuneradas, décimo terceiro salário, descanso semanal, licenças maternidade e paternidade, seguro-desemprego, entre outros. Cabe ressaltar que a proteção à saúde do trabalhador também é promovida por um Sistema Único de Saúde (SUS), sendo o país um dos únicos no mundo a disponibilizar esse serviço de forma pública e gratuita”, explicou.
Lara Line, integrante da equipe técnica do MAPA, sugeriu integrar dados do Parque Cafeeiro das plataformas AgroBrasil+ Sustentável e Certifica Minas ao estudo, reforçando a ligação entre produção sustentável e preservação ambiental.
Como encaminhamentos, os participantes concordaram em elaborar até o final de maio um escopo dividido em dois eixos: um voltado à inovação, sob coordenação da Illy Caffè, e outro dedicado aos aspectos técnicos, sociais e ambientais, sob responsabilidade das instituições brasileiras. Uma nova reunião foi agendada para o dia 30 de maio, às 9h, para avaliar os avanços e definir os próximos passos.
Silas Brasileiro concluiu reiterando o compromisso do CNC com a proposta e enfatizou que a legitimidade da voz brasileira na COP30 deve partir do governo, com apoio técnico e institucional das entidades do setor.
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