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OIC: produção global em 2019/20 é estimada em 168,71 milhões de sacas

Notícias – Café na Mídia

Célia Froufe, correspondente

A produção global de café foi estimada hoje pela Organização Internacional do Café (OIC) em 168,71 milhões de sacas na safra 2019/20. O volume previsto pela entidade, que tem sede em Londres, é 0,9% menor que o do ano passado, fruto da expectativa de diminuição de 4,1% da oferta de arábica, para 96,22 milhões de sacas, o que reflete o período mais fraco produção bienal de arábica no Brasil. Já no caso dos Robustas, o prognóstico é de crescimento de 3,7%, para 72,5 milhões de sacas no atual ciclo.

Para o ano cafeeiro de 2019/20, a entidade trabalha com um aumento do consumo de 1,24 milhão de sacas, para 169,34 milhões de sacas. Se confirmadas, essas projeções resultariam em um déficit de 630 mil sacas no ciclo em questão, o que, conforme a OIC identificou em seu relatório mensal distribuído há pouco, pressiona os preços. “No entanto, isso pode ser limitado à medida que mais da safra 2019/20 entre no mercado, bem como uma safra maior é esperada do Brasil em seu ano safra 2020/21, com início em abril”, salientou no documento.

A Organização salientou que nos últimos 10 anos, a produção global de café cresceu a uma taxa média anual de cerca de 2,6%, passando de 140,16 milhões de sacas em 2010/11 para a previsão agora de 168,71 milhões de sacas. Globalmente, os três maiores produtores de todos os tipos de café são o Brasil, o Vietnã e a Colômbia, que agora representam quase 70% da produção global. “Há uma década, esses três países representavam pouco menos de 60% da produção global”, comparou a instituição.

Na safra 2019/20, a produção total do Brasil é estimada em 57 milhões de sacas, 12,2% menor que no ano passado. “Isso se deve em grande parte a um declínio em sua produção de arábica, que se estima diminuir 18,6%, para cerca de 37 milhões de sacas, enquanto a produção de robusta deve crescer 2%, para cerca de 20 milhões de sacas.”

A taxa média mundial de crescimento anual de longo prazo da demanda de café é de 2,2%, uma vez que o consumo passou de 90,71 milhões de sacas para 169,34 milhões de sacas em 2019/20. Comparado com um ano atrás, o crescimento global da demanda em 2019/20 é projetado para aumentar 0,7%, mas é 2,7 pontos percentuais menor do que no ciclo 2018/19.

“Os preços mais baixos durante o último ano cafeeiro provavelmente apoiaram maiores importações e consumo nesses países, mas podem desacelerar no ano em curso, à medida que os preços subirem”, considerou a instituição. Além disso, a OIC citou que a desaceleração do crescimento econômico global, particularmente para os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento, conforme descrito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em suas Perspectivas Econômicas Mundiais de outubro de 2019, poderia diminuir o crescimento do consumo de café.

Para 2019/20, a Organização acredita que a demanda deverá cair 0,6%, para 55,4 milhões de sacas na Europa. O relatório citou que, em sua previsão econômica do outono de 2019, a Comissão Europeia observou que a União Europeia estava enfrentando uma série de choques que provavelmente prejudicariam o crescimento econômico no próximo ano.

A OIC projeta que o consumo na América do Norte atinja 31,88 milhões de sacas, 0,7% a mais que em 2018/19. Após uma menor taxa de crescimento em 2018/19, o consumo na Ásia e Oceania deverá se recuperar parcialmente, crescendo 2,9%, para 37,51 milhões de sacas. Já sobre a demanda na África, a expectativa é a de que aumente 1,8%, para 11,94 milhões de sacas. No caso de América Central e México, a previsão é de incremento de 1,4%, para 5,47 milhões de sacas, e, na América do Sul, de 0,1% para 27,14 milhões de sacas.

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