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Rastreabilidade: da Indicação de Procedência à cafeicultura regenerativa em destaque na Itália

A história das Denominações de Origem (DO) e Indicações Geográficas (IG) no setor cafeeiro brasileiro é marcada pela busca contínua por valorização e reconhecimento da qualidade dos cafés de diferentes regiões. Esses títulos não só reforçam a identidade de cada terroir, mas também protegem o valor agregado dos produtos e garantem ao consumidor a origem do café que consomem.

Em 1996, com a Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279), o Brasil deu os primeiros passos para regulamentar as Indicações Geográficas. No entanto, foi em 2005 que o setor cafeeiro obteve sua primeira certificação, quando a região do Cerrado Mineiro conquistou o status de Indicação de Procedência (IP).

Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC) e deputado federal à época do início do processo de regulamentação no setor cafeeiro, lembrou das figuras centrais que tiveram um papel essencial nas articulações com autoridades responsáveis pela regulamentação dessas certificações no Brasil. “O trabalho para essa certificação envolveu uma dedicação enorme de Aguinaldo Lima e contatos diretos com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), à época presidido pelo embaixador Roberto Jaguaribe. Ele sempre nos atendeu e proporcionou o avanço do processo”.

Para ele, o diálogo com o INPI, facilitou o entendimento do Instituto quanto às necessidades do setor cafeeiro e a relevância de dar visibilidade internacional aos cafés brasileiros. A aprovação da Denominação de Origem (DO) do Cerrado Mineiro aconteceu em 2013, a primeira para o café no Brasil.

A internacionalização do café regenerativo do Cerrado Mineiro

A busca por excelência na produção de café continua a evoluir, e a mais recente conquista é o lançamento do primeiro café regenerativo do mundo, o Arábica Selection Brasile Cerrado Mineiro, desenvolvido pela illycaffè. Esse café é fruto de práticas agrícolas inovadoras e sustentáveis, que preveem a boa gestão do solo e o uso controlado de insumos naturais. O conceito de agricultura regenerativa vai além da sustentabilidade tradicional, focando em recuperar e regenerar os ecossistemas impactados.

Com o lançamento do produto, um grupo de cafeicultores do Cerrado Mineiro viajou à Itália em 2024, para promover a internacionalização do café e a qualidade da Denominação de Origem da região. Organizada pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, a viagem incluiu paradas em Milão, Florença e Roma, como parte da campanha “A Verdade é Rastreável”. Essa iniciativa visa aproximar produtores brasileiros de torrefações, importadores e consumidores europeus, destacando a origem e a rastreabilidade do café.

Durante a turnê na Itália, os cafeicultores participaram de eventos em estabelecimentos renomados como a Cafeteria Cafezal, em Milão, e a Ditta Artigianale, em Florença. Eles também apresentaram o café regenerativo em um evento especial na Embaixada Brasileira em Roma, reforçando o compromisso com práticas agrícolas sustentáveis e a autenticidade do café do Cerrado Mineiro.

A campanha destacou não apenas a qualidade do café regenerativo, mas também a importância da rastreabilidade e da origem garantida pela Denominação de Origem, consolidando o Cerrado Mineiro como uma referência internacional em café sustentável. A participação dos cafeicultores nessa turnê ressalta o impacto positivo da sustentabilidade e da inovação no setor cafeeiro brasileiro.

Em resumo, as Denominações de Origem e as Indicações Geográficas no café, juntamente com iniciativas pioneiras como o café regenerativo, continuam a projetar o Brasil no cenário global. “Parabenizamos toda a comitiva brasileira que trabalha intensamente para o reconhecimento do café do Brasil como um dos melhores do mundo, em qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade”, destacou Silas Brasileiro.

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