Os contratos futuros de café arábica encerram a semana na Bolsa de Nova York atentos ao cenário macroeconômico do Brasil. As especulações político-econômica refletiram no dólar que registrou alta ontem, o que contribuiu para pressionar as cotações do café, apesar dos fundamentos e dos fatores técnicos positivos para o grão.
O dólar à vista teve alta de 1,92% e fechou a R$ 5,667, o maior valor desde 14 de abril (R$ 5,670). A moeda americana acumula valorização de 3,90% nesta semana e de 4,07% no mês de outubro. Segundo corretores, as consequências do atual cenário macroeconômico brasileiro podem impulsionar a alta do dólar, a deterioração das expectativas de inflação, maior aperto monetário e redução do crescimento.
O vencimento dezembro/21, na Bolsa de Nova York, fechou a US$ 2,0330 centavos de dólar por libra-peso, apresentando variação semanal negativa de 10 pontos. Na ICE Europe, o vencimento novembro/21 do café teve alta de US$ 6,00, fechando a sessão dessa quinta-feira (21) a US$ 2.116 por tonelada.
No mercado físico, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as cotações do café arábica e do robusta subiram ontem (21). Segundo os pesquisadores, a alta do café robusta se deve aos avanços do dólar em relação ao real e dos futuros da variedade. O preço do arábica também registrou alta sustentado pelo dólar e pela retração de vendedores do spot nacional. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e robusta se situaram em R$ 1.257,20 por saca e R$ 753,38 por saca, respectivamente, com variações semanais de 1,89% e -7,18%.
Com relação ao clima, especialistas destacam que o cenário é de alívio, mas a incerteza em relação à oferta do Brasil segue no radar do mercado. As chuvas dos últimos dias favoreceram a abertura de mais floradas nos cafezais brasileiros e já começam a circular no mercado novas previsões para a safra 2022/23.