A convite da Embaixada Indiana, o Conselho Nacional do Café (CNC) apresentou nesta quarta-feira, 03/11, a palestra “Brazilian Experience in Coffee Production”, ministrada pelo presidente da instituição, Silas Brasileiro e a assessora técnica do CNC, Natalia Carr. O evento contou com a participação de produtores, pesquisadores, representantes governamentais e da indústria de café indianos.
Um dos objetivos da apresentação foi compartilhar as técnicas de produção do café brasileiro, demonstrando como o país tem desenvolvido práticas de manejos sustentáveis e produzido o melhor café do mundo. “Apresentamos um pouco da evolução de produção e consumo de café, ressaltando a importância da pesquisa e da tecnologia no melhoramento das plantas e, consequentemente, no volume de produção e na qualidade da bebida. Mostramos ainda, os desafios atuais como choques climáticos e dificuldade logística em decorrência da pandemia de Covid-19, o que resulta em substancial elevação dos custos de produção, principalmente dos fertilizantes”, explicou Silas Brasileiro.
A assessora técnica, Natalia Carr, apresentou aos indianos as técnicas mais modernas de manejo do cafeeiro. A agrônoma explicou que a tecnologia utilizada no Brasil proporciona a produção de café de qualidade. “Foi uma experiência enriquecedora, trocamos informações de manejo que agregam em qualidade e sustentabilidade. Durante a apresentação, mostramos as principais tecnologias que permitiram o Brasil liderar o pódio de maior produtor e exportador de café do mundo”, ressaltou.
Pequenos produtores predominam
Segundo os participantes indianos, mais de 90% da produção de café na Índia é realizada por pequenos produtores familiares. “Isso é algo que nos aproxima. O café é uma cultura de produção familiar e isso demonstra a nossa responsabilidade como representantes do setor de produção. O café é muito importante para os dois países, por isso, o estreitamento desses laços é importante bilateralmente”, disse Silas Brasileiro, que explicou que a produção de café no Brasil é feita por 78% de pequenos produtores.
O diretor de finanças da Junta do Café da Índia, N.N. Narendra, agradeceu a participação e a troca de experiência entre o país indiano e o Brasil, principalmente no que diz respeito à pesquisa e à tecnologia. O embaixador da Índia no Brasil, Suresh K. Reddy, se mostrou ansioso para visitar as regiões produtoras de café no país. Silas Brasileiro garantiu que o CNC está de portas abertas às parcerias bilaterais e que a visita dos indianos deve acontecer em breve.
O presidente do CNC destacou ainda a necessidade de os países produtores promoverem consumo interno da bebida. No caso da Índia, com uma população aproximada de *1,38 bilhão de pessoas o consumo seria considerável se pelo menos uma parte tivesse o hábito de tomar café. Salientou ainda para o embaixador indiano a necessidade de uma discussão sobre a tributação de café no país, sendo uma matéria a ser discutida oportunamente.
* Fonte (Banco Mundial)