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Palavra do Presidente

O ano de 2021 se encerra com as esperanças renovadas para a cafeicultura brasileira. Foram inúmeros desafios, momentos de incertezas com as intempéries climáticas, clima tenso em função do alto custo de produção e câmbio oscilante. O Conselho Nacional do Café não se furtou em momento algum de sua função: ser o principal representante da produção cafeeira.

A Covid-19 trouxe uma desestabilização política e econômica ao nosso país e ao mundo, mas o agronegócio nacional nunca parou. Inserida nesse contexto, a cafeicultura se manteve forte, sustentada por 330 mil produtores, sendo 78% da agricultura familiar, gerando, anualmente, US$ 5 bilhões a US$ 7 bilhões em vendas externas, 8,4 milhões de empregos e R$ 35 bilhões de renda no campo, em 1.983 municípios.

Vale ressaltar que esses recursos são operados em sua maioria pelas nossas cooperativas, as quais geram riqueza e levam desenvolvimento sustentável para nosso país, garantindo a permanência do homem no campo e evitando as consequências trágicas do inchaço nos centros urbanos.

Mas não só de Covid-19 foram feitos os desafios no ano que se finda. Enfrentamos uma batalha árdua ao impedir novas investidas contra o nosso Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Por desconhecimento de sua importância, por vezes, temos nos deparado com tentativas de confisco dos mais de R$5.9 bilhões, que são utilizados para financiar a cadeia cafeeira, e que da suporte para o sucesso da cultura.

Como reflexo dos trabalhos empenhados pelo Conselho Nacional do Café (CNC), coordenando as ações junto às cooperativas cafeeiras e aos parlamentares, em especial ao senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, ao Senador Jorginho Mello, Antônio Augusto Anastasia, Paulo Paim, Simone Tebet, ao relator Otto Alencar, em nome dos quais cumprimentamos os demais senadores; e também ao gabinete do deputado federal Evair de Melo, vice-líder do governo no Congresso, presidente da Frencoop e da FrenCOMEX e vice das Frentes Parlamentares da Agropecuária (FPA) e do Café, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) foi retirado da lista de fundos públicos (PEC 187) que poderiam ter seus recursos utilizados para outras finalidades.

Após vários dias de apreensão, 04 de março marcou a data em que comemoramos a exclusão do Funcafé dessa lista, o que representa uma vitória para a cafeicultura brasileira. Após intenso trabalho do CNC e de vários líderes, temos que agradecer a compreensão demonstrada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pelo relator da matéria, senador Otto Alencar, além dos parlamentares que apoiaram a causa.

Neste ínterim, tínhamos o desafio de comemorar os 40 anos do Conselho Nacional do Café. Mesmo estando enfrentando esse momento desafiador nas finanças, o CNC planejou e executou um lindo evento que marcará época. Tudo foi realizado de forma online, com presenças de autoridades, líderes do setor agropecuário, técnicos e produtores. Contamos com a ilustre presença da Ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. O encontro online foi apresentado pela jornalista Lilian Munhoz, apresentadora do Canal Terra Viva da Band e especialista em agronegócio.

Lembremos do que nossa Ministra destacou sobre o CNC. “Depois da criação do CNC tivemos ainda o estabelecimento do CDPC (Conselho Deliberativo de Política do Café) que criaria este espaço adequado para formulação de políticas e cada vez mais alinhadas com as demandas do setor. Continuaremos, com certeza, a prestar todo o apoio necessário para que a cafeicultura brasileira atinja números cada vez mais altos de excelência na geração de renda, inclusão social e na produção com sustentabilidade”.

Contamos ainda com a participação de pessoas importantes no processo de fortalecimento do agronegócio nacional como o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Dr. João Martins da Silva Júnior e o Diretor-presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles.

Mas, o maior desafio estava por vir. No dia 20 de julho fomos surpreendidos no período da manhã, com a notícia por parte de produtores, cooperativas, associações e imprensa de uma forte geada em áreas produtoras de café. A partir daí, o CNC e as demais representações do setor começaram um trabalho incessante para verificar o tamanho do prejuízo. Neste relatório, há um passo a passo das ações, desde o primeiro dia de evento climático até a assinatura dos contratos e liberação dos recursos aos agentes financeiros, para total apoio aos produtores por parte do Funcafé. Destacamos que muitos, às vezes, desconhecem e ignoram que a cafeicultura conta com uma estrutura de representação que nenhuma outra cultura tem.

Mesmo enfrentando esses desafios, 2021 foi um ano de grandes avanços no CNC. A implantação da Nova Governança do conselho, demonstrou como a instituição está com um olhar voltado para o futuro. Os comitês técnicos (Pesquisa & Tecnologia, Estatística, Sustentabilidade e Comunicação) saíram do papel e trouxeram nova vida ao CNC. Foram realizadas 26 reuniões que permitiram que temas estratégicos fossem abordados, desenvolvidos e, assim, vários projetos nascidos para garantir a eficiência, produtividade e competitividade do setor.

Exemplo disso, está nos últimos trabalhos da instituição. Foram lançadas as cartilhas orientativas sobre Armazenagem de Café e Seguro Rural, ideias nascidas nos comitês e desenvolvidas em parceria com o MAPA, Conab, OCB, Emater, entre outros.

Já no encerramento do ano foi lançado no dia 08 de dezembro o Programa Café Produtor de Água. Trata-se de um projeto de vanguarda, exclusivo para as fazendas produtoras de café. O programa visa atender ao princípio da sustentabilidade, que atualmente é discutido com a sociedade como meio de preservação da vida, pois dentre os bens mais destacados tem-se como o principal, a preservação dos nossos mananciais. O “Café Produtor de Água” busca viabilizar a implementação de práticas e manejos conservacionistas e de melhoria da cobertura vegetal, que contribuam para o abatimento efetivo da erosão e da sedimentação, e para o aumento da infiltração de água no solo.

Para fechar o ano com chave de ouro, reinauguramos o escritório de representação do CNC em São Paulo, num evento marcante. As salas, situadas no prédio da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de São Paulo (SFA-SP), sempre foram referência na cafeicultura brasileira. O ambiente foi cenário de importantes reuniões e decisões do mundo do café.

Em 2021, o escritório passou por uma reforma e reestruturação para melhor atender as cooperativas, associações, produtores, parlamentares, autoridades, indústrias e o mercado consumidor, e assim, reativar este espaço e relembrar a história do Conselho Nacional do Café. O evento contou com a presença em peso de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a exemplo do Secretário-Executivo, Marcos Montes, da Superintendente Federal de Agricultura de São Paulo, Andrea Figueiredo Procópio de Moura, do Secretário de Política Agrícola (SFA), Guilherme Sória Bastos Filho, do Diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento, Sílvio Farnese, e do Diretor Executivo de Política Agrícola e Informações da Conab, Sérgio De Zen e da Coordenadora Geral do Café, Janaína Macedo Freitas. Do Ministério da Economia esteve presente o Subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente, Rogério Boueri Miranda.

O evento teve ainda a inauguração da galeria dos ex-presidentes, contando com a presença de Manoel Vicente Fernandes Bertone, Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro e Maurício Miarelli, que já dirigiram o CNC, o descerramento da placa da galeria foi marcado pela emoção, principalmente, por parte das famílias dos ex-gestores do conselho que já faleceram. Mulheres, filhos e até netos de ex-presidentes marcaram presença e se emocionaram com a lembrança.

A galeria inaugurada conta com a fotografia de todos os ex-presidentes: Roberto Costa de Abreu Sodré (1981 a 1985), José Carlos Jordão da Silva (1986), Jaime Nogueira Miranda (1986 a 1991), Murilo Carlos Paiva Carvalho (1991), Suelly Evandro Amarante (1991 a 1993), Manoel Vicente Fernandes Bertone (1993 a 1995), Gilson José Ximenes Abreu (1995 a 2001), Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro (2001 a 2005), Maurício Miarelli (2005 a 2007), Gilson José Ximenes Abreu (2007 a 2011) e Silas Brasileiro (2011 até o momento).

Outro ponto de grande expressão foi a entrega da premiação do 3º prêmio Café Brasil de Jornalismo, “Dr. Carlos Alberto Paulino da Costa” – patrono do concurso. Classificação final ficou a seguinte: 1º colocada – Lívia Andrade, “O café ABC de Minas Gerais”, publicada pela Revista Globo Rural; 2º colocado – Julio Huber, “Café com sabor da garra feminina”, veiculada pela Revista Negócio Rural; 3º colocada – Giuliana Bastos, “Os impactos da geada no café do Brasil”, publicada por PDG Brasil; 4º colocados – Bruno Silveira, Ivandelio Sousa e Suele Aguiar, “Em Minas Gerais, agricultores conseguem dobrar produção de café com orientações da ATeG do Senar”, publicado por Canal Terra Viva; 5º colocados – Ricardo Medeiros, Vitor Jubini e Murilo Cuzzuol, “Campo evolui sob o comando das novas gerações na agricultura capixaba”, publicado pela Gazeta.

Queremos render aqui nossas homenagens a todos as cooperativas e associações vinculadas ao CNC, que se dispuseram a ceder colaboradores de seus quadros funcionais para participarem dos nossos comitês, o que contribuiu, substantivamente, para alcançarmos os resultados das reuniões que foram realizadas. O cooperativismo é a mola mestra de uma engrenagem muito bem ajustada. Assim foi em 2021. A parceria e atuação das entidades deu fôlego ao Conselho Nacional do Café, aproximou-nos dos produtores e, em contrapartida, fizemos gestões fundamentais para o sucesso das empreitadas.

Não podemos finalizar sem citar a participação de nossos colaboradores nesse processo. Neste ano houve uma reestruturação no quadro em busca de cumprir os novos desafios impostos por tudo o que já apresentamos. A cada um, o nosso muito obrigado, pela dedicação e apoio em todas as ações.

Por fim, já avistamos 2022 chegando com inúmeras perspectivas. Ainda temos dúvidas sobre qual será nossa produção real, se nosso café “vingou”, se os grãos irão se desenvolver, se o clima será propício à produção, porém, com o ano que se encerra, estaremos atentos, sendo propositivos sempre, reativos quando necessário. Que o próximo ano seja de uma produção próspera: economicamente viável e ambientalmente sustentável. Silas Brasileiro Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC).

Silas Brasileiro

Presidente do Conselho Nacional do Café

O CNC deseja a você e sua família um novo ano de vitórias e conquistas. Celebrem com um belo cafezinho junto de quem você ama.

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